264/2023 - Necessidades e buscas

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264/2023 - Necessidades e buscas
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264
Necessidades e buscas
mensagem

Se todos procurassem recolher todas as informações possíveis antes de iniciar um diálogo , as contendas deixariam de existir.
+264-101
muita paz

reflexão

Ou talvez as contendas se acirrassem ainda mais. 

O ponto sensível desta proposição trilha pela percepção de alguns aspectos-chave.

"Todas as informações possíveis" é bem diferente de "todas as informações". Se considerarmos nossas restrições de conhecimento, de cognição, de tempo e de cultura; fica impossível considerar que todos nós, ao capturarmos o possível, partilharemos do mesmo conjunto de informações, mas talvez o "todo" seja inacessível...

Há ainda o fator tempo.

O início de um diálogo ou de um conflito, se estabelece, segundo a comunicação não violenta de Marshall Rosenberg, a partir de necessidades não atendidas. São elas que nos levam a buscar apoio externo diante da constatação de que sozinhos não conseguimos suprir tudo o que necessitamos.

Neste contexto de necessidades não atendidas, será que conseguiremos aguardar o levantamento de informações para iniciar uma conversa? Acredito inclusive que o diálogo falha e o conflito se estabelece quando os lados carregam urgências muito grandes...

Contendas nascem na divergência de opiniões, em escalas de valores diferentes e na urgência de atendimento de nossas necessidades.

Sempre que estou mediando contendas, eu procuro identificar as necessidades envolvidas das partes em conflito. Muitas vezes expressar a necessidade que temos e como nos sentimos com a atitude do outro abrem um canal para negociarmos e dialogarmos.

Outro ponto que penso ser muito importante neste contexto, é a necessidade que muitos de nós temos de "ter razão" ou "a última palavra" sobre um assunto.

Facilmente classificamos o outro como errado, incompleto, incompetente, incapaz, ignorante...

A partir desta classificação tendemos a "eliminar impedimentos" ou a "salvar o mundo". Nos dois casos nós agimos violentamente nos sobrepondo ao outro.

Na hora do diálogo, por que sentimos a necessidade de impor ao outro determinado ponto de vista?

Talvez seja importante pensarmos o porquê de estarmos dialogando e considerarmos que é possível que visões e valores diferentes dos nossos coexistam, embora as interfaces de divergência existam e precisem ser negociadas.

Diante das necessidades que temos; da impossibilidade frequente de escolha do momento de início de um diálogo; e da impossibilidade de partilhar do mesmo conjunto de informações, crenças e valores; eu diria que o diálogo pacífico, que ocorre sem contenda, carece da compreensão do propósito daquele diálogo e da pré-disposição para facilitar o atendimento das necessidades do outro e não apenas às minhas.

Costumo dizer que somos suficientemente inteligentes para justificarmos o que quisermos e, desta forma, facilmente articulamos grandes volumes de informação para justificar o atendimento de nossas necessidades de forma prioritária, exclusiva e urgente, mesmo que tenhamos que brigar para isso...

reflexão

Ou talvez as contendas se acirrassem ainda mais. 

O ponto sensível desta proposição trilha pela percepção de alguns aspectos-chave.

"Todas as informações possíveis" é bem diferente de "todas as informações". Se considerarmos nossas restrições de conhecimento, de cognição, de tempo e de cultura; fica impossível considerar que todos nós, ao capturarmos o possível, partilharemos do mesmo conjunto de informações, mas talvez o "todo" seja inacessível...

Há ainda o fator tempo.

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