Somente o amor real, destituído de interesses pertubadores, consegue irradiar a luz da harmonia entre as criaturas.
+016-350
muita paz
O que seria real?
Hoje penso em realidade por duas vias distintas. Por um caminho mais espiritual, talvez realidade seja aquilo que nunca acessaremos porque jamais seremos iguais a Deus. A realidade talvez seja o entendimento e a vivência da criação sob o ponto de vista do criador...
Por outro lado, se assumirmos que nunca teremos acesso à realidade divina e todas as nossas visões sobre a existência são parciais e baseadas no que sabemos e em como percebemos, talvez possamos estabelecer a realidade como um acordo cognitivo coletivo, um acordo em que todos os que partilham dos mesmos conhecimentos e formas de perceber o mundo se reúnem para firmar um plano comum de futuro e significados aceitáveis sobre o passado que ajudem a nortear o presente.
Por este caminho, ao invés daquele, o amor real é um acordo coletivo que abraça a todos os participantes dele, criando um ambiente harmônico, um processo de vida sem grandes dissonâncias, que viabiliza o progresso, a criação de novos contextos e a manutenção de valores comuns estabelecidos como importantes. Neste espaço há luz e florescimento e não há espaço para interesses que distorçam a realidade estabelecida.
Sendo assim, o amor real torna-se uma realidade parcial poderosa e capaz de estabelecer um ponto no universo que talvez seja visto por observadores como um sistema complexo e capaz de existência própria porque emana luz e age com inteligência, coerência e previsibilidade.
Há, entretanto, um grande risco ao estabelecermos esta utopia redutora da realidade divina a que chamamos de amor real. Sendo incompleta, ela precisará de revisões e de ajustes à medida que novos conhecimentos sejam construídos e novas capacidades de percepção surjam. Caso contrário, o coletivo inteligente, coerente e previsível começará a ruir para ceder espaço aos interesses individuais, que não correspondem mais aos planos originais. Penso que seja necessário um movimento constante de partilha de conhecimentos e de partilha de formas de sentir para continuar a existir um núcleo coeso chamado de amor real, algo que se faz com esforço frente às perturbações que surjam, verdadeiros convites à renovação e evolução...
O que seria real?
Hoje penso em realidade por duas vias distintas. Por um caminho mais espiritual, talvez realidade seja aquilo que nunca acessaremos porque jamais seremos iguais a Deus. A realidade talvez seja o entendimento e a vivência da criação sob o ponto de vista do criador...