Algumas pessoas cruzam nosso caminho e a conexão é imediata.
Dizem que as almas já se conheciam e por isso não são necessárias apresentações, explicações, conclusões…
a gente apenas sente, e ponto.
+109-257
muita paz
Fiquei pensando sobre estas necessidades humanas atuais: apresentações, explicações, conclusões...
Seriam necessidades básicas ou o retrato de um tempo onde a concretude, a racionalidade e a ciência governam?
Talvez tenhamos perdido a essência da subjetividade, do mistério, das múltiplas percepções e interpretações, daquilo que é humano, impreciso.
Estamos focados em propósitos, metas e objetivos concretos, nossos modelos relacionais refletem este foco e deixam de lado o que não está diretamente ligado às entregas que promovem o progresso financeiro e tecnológico que promove a economia de mercado.
Trazendo este assunto, recordei da minha infância e de como meus pais se relacionavam com as pessoas. Eram capazes de conversar horas com um completo desconhecido que haviam acabado de conhecer. Achavam interesses em comum, compartilhavam histórias, trocavam impressões sobre a vida e despediam-se sem que fosse necessário concluir algo, pensar em continuidades ou mesmo em troca de contatos.
Talvez por causa deste modelo relacional apresentado na infância e tenha aprendido a viver de maneira mais subjetiva, inspirada nas surpresas e nas imprecisões.
Quando concluímos algo, priorizamos uma visão e descartamos outras possibilidades, sinto que a vida fica empobrecida, embora mais objetiva.
Apresentar e explicar dirige o olhar do outro para onde queremos e impede que este outro nos apresente outras facetas, algumas que não percebemos.
Talvez as conexões imediatas se estabeleçam exatamente porque a abertura à aventura e à incerteza seja uma característica comum aos que se encontram. Disponíveis para viver o momento singular, desprovidos da necessidade de controle e sem o desejo de obter resultados comuns, sentem a vida pulsando no peito e permitem-se viver o momento.
Neste contexto as apresentações ocorrem naturalmente enquanto nos relacionamos, as explicações talvez possam ser suprimidas e as conclusões sejam múltiplas, dirigidas à subjetividade e à necessidade de cada participante do encontro.
Fiquei pensando sobre estas necessidades humanas atuais: apresentações, explicações, conclusões...
Seriam necessidades básicas ou o retrato de um tempo onde a concretude, a racionalidade e a ciência governam?
Talvez tenhamos perdido a essência da subjetividade, do mistério, das múltiplas percepções e interpretações, daquilo que é humano, impreciso.