001/2025 - Transcendência

O DeepSeek, uma IA, ou inteligência Artificial, leu umas mensagens do Bira do mês de janeiro de 2025 e me disse que muitas pessoas enfrentam o desafio de se sentirem desconectadas espiritualmente, o que pode levar a uma sensação de vazio e de falta de propósito.

Ainda segundo a IA, a busca por significado na vida é uma jornada comum, mas que pode ser difícil sem uma orientação espiritual clara. 

Ou seja, talvez nós, seres humanos, dependamos de elementos externos a nós para crescermos em humanidade. Pelo menos é o que a habilidade da IA para reconhecimento de padrões nos conteúdos gerados por humanos aponta a partir das informações que possui e das mensagens que leu.

Fiquei pensando que esta busca humana pelo significado da vida, embora sendo uma jornada comum, não deveria ser vista como ordinária. Talvez nossa busca se defina no campo do extraordinário, do sagrado, do místico, do transcendente ou do quase incompreensível. Neste caminho de reflexão, é possível que precisemos de “orientação espiritual clara”, embora nossas buscas se definam no campo do subjetivo, do singular.

Esta reflexão inicial me levou a pensar no surgimento das religiões que, segundo o pensador espírita Léon Denis, constituem caminhos humanos para compreendermos o sagrado e para nos aproximarmos dele e da melhor compreensão espiritual de nós mesmos.

Por outros caminhos, mais contemporâneos, Marcelo Gleiser, físico brasileiro, nos fala em seu livro A dança do universo, que as religiões antecederam as ciências como tentativas humanas de compreender a criação, a gênese de tudo. 

Me parece que buscar a compreensão de si e das relações com o mundo é parte do papel humano, em atendimento a uma necessidade, talvez inerente, de que as coisas façam sentido. Seria uma espécie de exercício filosófico, se quisermos dialogar com outra linha humana de geração de significado sobre a existência.

Desde que temos registros do pensamento humano, nós nos questionamos, e ao mundo, sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos; perguntas essenciais da filosofia que encontram ensaios de resposta através das artes, das religiões, das ciências e da filosofia.

Buscarmos uma raiz comum para esta conversa, reconhecer uma estrutura maior à qual estamos ligados de forma coerente e conformar nossas existências a estas estruturas talvez seja uma forma mais elaborada de falarmos sobre a busca humana pela felicidade, ou sobre a urgência em nos tornarmos bons. 

Não nos bastaria nascer, crescer, multiplicar e morrer. Parece que viver deve cumprir algum papel importante e diferenciado em um jogo maior para que vivamos em paz.

Talvez os animais não carreguem estas questões consigo. Por outro lado, nós, seres humanos, carregamos e damos grande importância a elas!

Tendo estudado um pouco sobre o budismo e compreendido que a consciência espiritual é um fenômeno que pode transcender a mente e a consciência corporal, eu já não tenho certeza se buscamos compreensão de tudo. É possível que só careçamos de melhor integração consciente ao universo para vivermos em paz.

Dito de outra forma: É possível que não busquemos a felicidade, a felicidade inabalável, o bem, a eliminação do mal ou a compreensão sem limites do universo, mas apenas a nossa integração mais consciente ao universo.

Talvez esta necessidade de compreensão surja como exercício da mente espiritual em atendimento a uma necessidade maior e quase impossível de expressar plenamente através do corpo, o que acredito nos dê esta sensação de vazio interior que precisa ser preenchido de alguma forma, nos impelindo à busca do conhecimento, da felicidade e do controle sobre a matéria impermanente. 

As guianças religiosas, a compreensão das leis naturais através das ciências, os exercícios filosóficos e os artísticos seriam tentativas humanas para acessarmos a dimensão espiritual, onde, para muitos humanos, reside a esperança de compreendermos melhor nossas próprias existências, vazios, carências e relações.

Acredito que a “orientação espiritual clara” de que nos fala a Inteligência Artificial seja apenas uma utopia, fruto das nossas projeções mentais, emocionais e sentimentais, mas que representa o estado espiritual ampliado de compreensão e de integração. 

De alguma forma, eu sinto que não é possível acessar a paz que desejamos apenas por meio de elementos externos e materiais. Teremos que trilhar caminhos de interiorização, que propõem autoamor e autoconhecimento como vias importantes em uma jornada longa e desafiadora de transcendência do mundo material e conhecido.

A despeito de todos os esforços que realizamos para gerar entendimento e compreensão, é provável que a fé que lutamos para construir nasça da aceitação da incerteza e do mistério que se impõe sobre nós, enquanto estamos mergulhados em dimensões materiais.

Foi neste campo de ideias e sentimentos que acolhi a reflexão apresentada pelo Deepseek sobre as mensagens do Bira para desenvolver o tema deste artigo. 

Diante do mistério, como dirigimos nossos esforços, pensamentos, sentimentos e silêncios para superar as dores que nos atingem pelo simples fato de existirmos em um mundo material, impermanente e repleto de incertezas?

A IA nos diz que as mensagens de espiritualidade e fé oferecem um caminho para superar essas dores por incentivarem a entrega e a confiança em uma força maior. Segundo o padrão humano percebido por ela, seria possível encontrar paz interior e um propósito renovado através da oração e da prática espiritual. 

Neste contexto, a esperança nos guia a vivermos em amor e serviço, proporcionando um sentido mais profundo à vida cotidiana. 

Eu diria que, enquanto nos esforçamos para superar os desafios materiais como seres humanos, só encontraremos paz se projetarmos esperanças na transcendência, no sentido espiritual da existência, nesta guiança espiritual que nasce dentro de nós e que reverbera de formas semelhantes em outras mentes e corações, levando-nos a definir propósitos filosóficos, religiosos, científicos e artísticos de prospecção da realidade espiritual.

 

Fiquei pensando que esta busca humana pelo significado da vida, embora sendo uma jornada comum, não deveria ser vista como ordinária. Talvez nossa busca se defina no campo do extraordinário, do sagrado, do místico, do transcendente ou do quase incompreensível. Neste caminho de reflexão, é possível que precisemos de “orientação espiritual clara”, embora nossas buscas se definam no campo do subjetivo, do singular.... Eu diria que, enquanto nos esforçamos para superar os desafios materiais como seres humanos, só encontraremos paz se projetarmos esperanças na transcendência, no sentido espiritual da existência, nesta guiança espiritual que nasce dentro de nós e que reverbera de formas semelhantes em outras mentes e corações, levando-nos a definir propósitos filosóficos, religiosos, científicos e artísticos de prospecção da realidade espiritual.