A maioria não pensa.
muitas palavras que são naturalmente significativas estão distantes de suas propostas.
é a característica destes dias o dizer vazio, desatado das implicações conceituais do que é dito
+243-122
muita paz
"A maioria não pensa".
Esta é, sem dúvida, uma das frases mais fortes que acessei nas últimas semanas.
Quando pensamos, estamos plenamente conscientes do que queremos dizer?
O que seria pensar? Será apenas o uso consciente de conceitos conhecidos? Ou também pode ser o mecanismo inconsciente que nos leva a expressões e atos que precisam ser justificados pelo consciente?
Acho que nossos atos, sentimentos e falas são predominantemente definidos pelas nossas dimensões inconscientes e justificados conscientemente a partir de nossa miopia natural. Este talvez seja um importante ponto a considerar.
Somos profundos desconhecedores de nós mesmos e de nossa própria realidade espiritual. Agimos por pulsões, por instintos, por emoções, por paixões, por intuições e até pela razão. Por isso, talvez as implicações conceituais das falas não caibam unicamente no uso de palavras.
Eu diria outra frase bastante forte. "A maioria sente, intui e justifica"
Costumo dizer que somos suficientemente inteligentes para justificarmos o que nós quisermos.
Adicionalmente eu diria que somos suficientemente centrados em nossas necessidades para buscarmos aquilo que é realmente importante para nós, mesmo quando não sabemos como expressar conscientemente.
Vemos frequentemente discursos desalinhados em relação às posturas corporais e às atitudes cotidianas de quem os proferiu. Talvez a única intensão das palavras seja atrair a simpatia das pessoas que estão distraídas e que são facilmente capturadas pelas aparências do instante mas que seguem alheias ao processo relacional da vida na linha do tempo.
Muitas vezes atribuímos à consciência uma responsabilidade que talvez esteja além dela...
Será que a proposta de uma fala deve ser percebida apenas pelo teor das palavras e do grau de consciência do sujeito?
Talvez os silêncios, as não-falas, as repetições, as insistências, as faltas de coerência e as ressignificações de palavras tenham muito mais a dizer do que os sinais grafados e/ou vocalizados.
Talvez a análise do discurso deva acontecer com maiores amplitudes.
Acredito que se aderirmos à proposta de análises mais amplas, que empreguem mais elementos, nos surpreenderemos com a astúcia, com a inteligência e com a capacidade individual do discursante que nos causa estranheza.
Talvez nos faltem palavras e pontuações para expressarmos tanta inteligência e astúcia.
Talvez nos falte capacidade de leitura e estejamos querendo limitar a expressão de conceitos a um campo pequeno e incapaz de expressar toda a plenitude humana.
"A maioria não pensa".
Esta é, sem dúvida, uma das frases mais fortes que acessei nas últimas semanas.
Quando pensamos, estamos plenamente conscientes do que queremos dizer?
O que seria pensar? Será apenas o uso consciente de conceitos conhecidos? Ou também pode ser o mecanismo inconsciente que nos leva a expressões e atos que precisam ser justificados pelo consciente?