Tudo que o pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não jogarei fora, farei bom uso e agradecerei sempre.
+117-249
muita paz
Sinto profunda confiança nesta clara definição entre criador e criatura, mas confesso meu incômodo no pensamento proposto.
As ideias de desperdício e bom uso se estabelecem em relação a um ponto de referência, normalmente conectado a propósitos, intenções e culturas, mas que revelam um quadro de finitude, de escassez e de compromisso econômico.
Mas e se o quadro sobre o qual se desenham ideias e se definem éticas relacionais for de plena abundância e infinitude?
Ideias como bom uso e gratidão poderiam ganhar contornos diferentes e as experiências da vida talvez possam se caracterizar pelo exercício de reconhecimento de nós mesmos e de nosso potencial diante do infinito.
Seria um exercício criativo de expansão de nós mesmos através das possíveis relações e não apenas um exercício de economia diante da vida de escassez para demonstrar respeito e submissão.
Escolher e criar seria mais importante do que escolher para economizar e ser eficiente.
Perceber-se parte integrante seria mais importante do que ser consumidor consciente.
Submeter-se seria comprometer-se em cocriar sempre para gerar complexidade e beleza.
Ser grato seria consequência da manutenção de estado ativo de conexão com o sagrado.
Sinto profunda confiança nesta clara definição entre criador e criatura, mas confesso meu incômodo no pensamento proposto.
As ideias de desperdício e bom uso se estabelecem em relação a um ponto de referência, normalmente conectado a propósitos, intenções e culturas, mas que revelam um quadro de finitude, de escassez e de compromisso econômico.
Mas e se o quadro sobre o qual se desenham ideias e se definem éticas relacionais for de plena abundância e infinitude?