A música de Gonzaguinha costura incertezas e possibilidades em uma canção de esperança, renovação e fé em seu sentido amplo.

A partir dela, fiquei pensando sobre a frequência com que nos permitimos sonhar e apostar em nossos sonhos de maneira persistente.

Inevitável pensar que talvez estejamos construindo uma cultura de resistência à inovação e aos sonhos. Diante do medo e dos riscos cada vez mais presentes dos julgamentos, dos riscos, dos cancelamentos e dos golpes, talvez estejamos nos acovardando.

Quando o autor sugere que deixemos que a luz brilhe em nosso olhar, lança, a meu ver, um desafio também aos nossos corações, que precisarão assumir posturas de coragem e disposição de enfrentamento diante do medo instalado.

Eu diria que talvez possamos tudo e ainda mais, desde que consigamos operacionalizar a fé na vida, no homem e no que virá. Será necessário abrirmos caminhos para sonhar e ousar diante de tantos medos existenciais e traumas que congelam nossos grupos sociais.

Talvez tenhamos nos especializado em comoditizar defeitos e imperfeições enquanto esperamos o pior de cada situação.

Neste espírito, nos habituamos a perguntar "E se não der certo?" como retórica para não realizarmos, não empreendermos e não arriscarmos.

Percebo que muitas pessoas vivem com o sol brilhando no olhar e o temor batendo no coração, o que tem sido causa de dores, incertezas e ansiedades.

Neste espírito, o convite para vermos o que será nasce como ousado convite.

E você? Tem ousado com seu coração?