Alpinismo
325/2023 - Alpinismo325 - 2023 (21/11/2023)MensagemNão permaneça onde seu coração não se sente em casa.
Desate os nós que lhe prendem ao que não tem mais razão de existir e faça laços com novas histórias, construídas com base em seu amor-próprio.
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muita pazReflexãoPor que meu coração não se sente em casa em alguns lugares?
Será apenas um decreto de que a relação com aquele espaço ou situação acabou?
Neste caso, seguir em frente, buscar novos momentos, realizar novas construções e estabelecer outros afetos será vital; mas desatar os nós talvez não signifique negar uma história, abandonar o passado ou agredir o que passou com mágoas e ressentimentos.
Penso que seguir em frente significa desenvolver gratidão à vida pelo vivido. Só somos o que somos hoje porque estivemos no passado quando era presente. Seríamos outras pessoas se o presente passado tivesse sido diferente. Hoje, mais atentos, mais conscientes e com maior capacidade de autoamor, sentimos a necessidade de outras oportunidades, mas isto não significa que o passado não teve valor.
Penso que talvez a ideia de desatar nós seja muito forte. Podemos fazer laços e seguir em frente para o próximo nó ou laço, conforme nossas capacidades e necessidades...
Mas eu gosto mesmo é de pensar a vida como uma longa escalada em que lutamos para acessar terrenos muito elevados. Acho que é uma figura mais potente do que a conversão de nós em laços.
Quando usamos uma corda para subir, os nós que ficam para trás são valiosos pontos de apoio para nos lançarmos para o próximo nó, mas também constituem uma importante salvaguarda caso precisemos retroceder na mesma corda. O problema se dá quando nos apegamos a um nó sem perceber que ele é apenas um estágio da escalada, e não o destino...
Mas, falando em dificuldades e apegos, há também um caminho reflexivo que nos leva a ressignificar a falta de bem-estar de nosso coração...
Talvez não nos citamos em casa porque nosso desejo está frustrado ou porque precisamos realizar esforços para crescer que não gostaríamos. O desconforto pode significar uma falha da avaliação de nossos corações imperfeitos, imprecisos e até iludidos, que resistem com todas as forças aos novos contextos necessários da vida.
Neste caso talvez seja importante acolhermos a sabedoria do universo que se impõe trazendo desconfortos para buscarmos criar novos contextos no coração, caso contrário, arriscamos viver em fuga, apegados a nós de uma corda que já deveriam ter sido deixados para trás.
Construímos nós e laços durante nossas jornadas, conforme as necessidades, mas é vital que consideremos também a transitoriedade de tais construções.
Será necessário acolher a ideia de continuar subindo, mesmo quando estivermos com os corações confortáveis. Talvez não possamos sustentar a mesma posição por muito tempo, por mais incrível que seja. A jornada é rumo ao topo, com paradas estratégicas para contemplação, mas com muito esforço de renovação sempre.