• Perdão ou cura?

    335/2023 - Perdão ou cura?
    335 - 2023 (01/12/2023)
    Mensagem

    Mmuitos dizem:
    Perdoar não me é difícil; no entanto, esquecer é me quase impossível.
    No entanto, sem o real esquecimento da ofensa não existe o verdadeiro perdão.
    +335-030
    muita paz

    Reflexão

    Lendo a frase lembrei de uma história contada por um amigo. 

    Ele estava com a filha e o neto em uma praça. O garotinho era bem pequeno ainda, mas já tinha autonomia para andar e falar. Ele brincava com colegas enquanto meu amigo conversava com a filha em um banco próximo.

    Depois de um tempo de brincadeiras, o neto vem chorando e conta para a mãe que um coleguinha o xingou de lagartixa.

    A mãe interrompe a conversa com o pai, dá um abraço no filho que estava muito sentido e precisando de aconchego e depois, olhando nos olhos dele, pergunta:

    - Você é uma lagartixa?

    - Não, mamãe - responde o menino - eu sou um rapazinho.

    - Então, por que você está se ofendendo com isso?

    O menino abriu um sorriso imediatamente, abraçou a mãe e voltou correndo para brincar.

    Guardo esta história no coração há algum tempo e hoje ela migrou para o campo das memórias...

    Talvez nem precisemos perdoar ao outro! O grande desafio seria:

    Por que me ofendi com o que foi dito ou feito?

    Eu aprendi que o outro não tem o poder de nos ofender. Isto nós fazemos sozinhos, a partir das ações do outro.

    Há casos em que a pessoa se ofende com uma ação ou fala que nem foi dirigida a ela!

    Gosto de pensar que o perdão é um movimento em que nós nos libertamos. Deixamos que o outro carregue o peso da ofensa, caso a tenha realizado.

    Quando nos ofendemos com algo, por certo há em nosso inconsciente um entendimento que faz com que nos sintamos ameaçados. 

    Penso que o verdadeiro perdão, este com esquecimento de que a citação nos fala, só poderá acontecer quando conseguirmos resolver nossas questões internas.

    Até que este momento ocorra de cura em nós aconteça, carregaremos as mágoas que geramos e que se acumulam sob o risco de transbordar, afetando nossa saúde bio-psíquico-espiritual-social. Acredito que este incômodo crescente possa ser a sinalização de que há algo em nós que precisa de atenção.