• Vivendo melhor com o que nos falta

    336/2023 - Vivendo melhor com o que nos falta
    336 - 2023 (02/12/2023)
    Mensagem

    🎼_novamente eu penso ir embora_🎼
    🎼_viver a vida que eu quiser_🎼
    *+336-029*
    *muita paz*

    Reflexão

    Muitas vezes confundimos liberdade com descompromisso com a vida e com as relações em sociedade, que nos impõe vários limites. 

    Outras vezes nos vemos tão limitados, com tantas restrições impostas pelo mundo e por nós mesmos que nos sentimos prisioneiros cumprindo prisão perpétua.

    Quero ser livre para fazer o quê?

    Por que me sinto aprisionado?

    Quero fugir de que responsabilidades?

    O que faço, mas acho que não me compete?

    O que desejo prejudica alguém?

    Estou sendo prejudicado pelo desejo de alguém?

    Desejo infringir leis?

    Leis que estão sendo infringidas estão me prejudicando?

    Estes são alguns questionamentos que surgiram à minha mente quando li o recorte proposto, que está contido na música "À Janela" de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

    Como de costume, não procurei ter acesso à letra completa da canção, cujo contexto minha ignorância cultural me impede de acessar de memória, mas achei estas duas frases bastante interessantes.

    É interessante como nos prendemos ao que falta, ao que não temos. Vivemos com dificuldades de reconhecer o que conquistamos, o que é abundante. Talvez por isso tenhamos tanta dificuldade com sentimentos como alegria e gratidão, antídotos naturais para os males da alma.

    Nos sentindo em falta, lutamos entre os extremos da abundância passiva e da falta provocadora de lutas. Parece que o caminho do meio fica esquecido.

    Sentimos a necessidade de lutar a favor do atendimento de nossos desejos, queremos suprir o que queremos ter. Quando conquistamos, entretanto, entramos em uma condição de inércia e repouso quase passiva diante da vida; até que percebamos novo contexto de carência e entramos novamente em modo lutador.

    Talvez importe, diante da falta, nos perguntarmos o que é abundante em nossas vidas.

    O que já teremos conquistado?

    O que nunca falta?

    O que conseguimos partilhar sem nos fazer falta?

    O que temos disponível e que podemos usar como moeda de troca?

    Assim, talvez consigamos caminhar pelo caminho do meio, sem a necessidade de fugir ou abandonar.

    Penso que construir continua e progressivamente seja a melhor solução para este sentimento de falta, até porque o desejo, por definição, jamais será plenamente atendido. 

    Ampliar o olhar e celebrar o que temos pode nos ajudar a viver com esta natural falta de alguma coisa, com este vazio permanente e com a frustração de não podermos ser plenamente atendidos.

    Talvez assim não repitamos ciclos como o colocado: "Novamente penso e ir embora"

    Reduzindo a dor do que falta.