Fiquei pensando na figura mitológica dos Santos Reis, ou Reis Magos, como são comumente chamados. 

Seriam realmente reis ou pessoas poderosas e influentes? 

Onde teriam se encontrado? 

O que os levou a realizarem esta busca juntos? 

Diante da riqueza que ofertaram, o que os teria levado a seguir pessoalmente nesta jornada de busca por Jesus? Por que não encarregaram mensageiros de confiança para realizar a jornada?

Haveria um sinal claro no céu a guiar as pessoas?

Por que não temos relato de outros sábios influentes realizando tal visita?

Será que todos os que seguiam a estrela conseguiram chegar em tempo?

A busca por Jesus foi difícil? Teria envolvido riscos e perigos?

O que aconteceu com os três homens após o encontro com Jesus recém-nascido?

Terão buscado acompanhar a vida de Jesus?

Diante da importância de Jesus, e do risco que a família corria, teriam convidado José e Maria para viver com eles em alguma terra distante?

Minha mente inquieta e curiosa como a minha é capaz de elaborar muitas perguntas sobre o referido evento...

Mas estas perguntas nos levam além da mera curiosidade! Talvez nos ajudem a dimensionarmos com mais clareza a importância delegada à figura de Jesus.

Gosto de considerar muitos destes relatos como mitos, mas reconheço que todos os mitos carregam a assinatura de uma cultura, de seus valores e de seus desejos. 

Pensar na figura dos Reis Magos também pode nos levar a refletir sobre o distanciamento das lideranças humanas, com seus valores, medos e desejos, em relação à Boa Nova anunciada.

Talvez o símbolo dos Reis Magos possa nos ajudar a pensarmos sobre o nosso próprio distanciamento da mensagem cristã que prega amor, perdão e conciliação diante daqueles que nos agridem e afligem.

Segundo este mito, talvez sejam poucos os líderes que carregam em si a figura do amor, de paz e da conciliação. 
 
Diante de tamanha abertura, neste início de ano, eu arriscaria perguntar:

Quem são os líderes que seguimos?

Somos capazes de ver os sinais do céu, além das lideranças comuns?

Estamos dispostos a empenhar esforços em busca do que realmente é importante para nós?

Falar em renovação, em paz e em esperança revela certo grau de insatisfação diante do que construímos, mas também pode revelar nossa dificuldade em renunciar a contextos favoráveis para avançarmos na construção de outroa valores que toquem nossos corações.

Seguiremos esperando a conscientização de nossos líderes ou empenharemos esforços inovadores que podem até mesmo questionar nossas lideranças?

Onde temos colocado nossas certezas? Serão realmente nossas certezas? Ou adotamos certezas externas a nós?

Muitas perguntas, muitas lacunas e muitas reflexões para este novo ano!