Esta me pareceu uma carta de intenções de uma pessoa em construção que tem a certeza de que é possível ser uma pessoa autônoma, capaz de definir-se como sujeito, mas ainda em busca destes valores.

Somos criaturas com grande capacidade de adaptação e, por hora, com grande possibilidade de sermos influenciados pelo outro. 

A certeza de que existimos e de que somos dignos para sermos felizes, embora exista, precisa ser forjada no calor das relações em sociedade.

Vemos verdadeiras multidões inseguras, volúveis às opiniões, sugestões e influências de outros. Pessoas que precisam se sentir pertencentes de algo e que farão qualquer coisa para atingir esta condição de pertencimento.

Temos a capacidade de nos recriarmos tantas vezes quanto seja necessário, mas nem sempre conseguimos realizar este esforço e os adoecimentos psíquicos como a depressão talvez sejam um indício desta dificuldade.

Muitas vezes resistimos com pesar, na total ausência de sorrisos. Em algumas vezes tropeçamos em nossos próprios pés e temos dificuldades de levantar. Saber que podemos é parte do caminho de construção da autonomia que tanto almejamos, mas a alegria talvez demore um pouco para chegar para muitas pessoas nesta jornada.

Aos poucos instalaremos a fé através do conhecimento e da confiança, que farão brotar em nossos corações também a vontade de vencer e a paz por nos permitirmos ser quem somos, a pesar das influências externas.

Que possamos continuar, a pesar dos pesares. Como diz um ditado antigo, as jornadas de mil milhas começam sempre com o primeiro passo.

Diante das tristezas, dos desânimos e das exaustões, que possamos sempre lembrar que todo ser humano carrega o potencial de mudança em seu coração, mas que é preciso insistir sempre.