Hoje sinto que a submissão à vontade de Deus, a dedicação plena expressa através da total obediência, pode residir no abraço ao que sentimos em nós: nossos desejos, alegrias, medos, expectativas, raivas...

De onde nascem os tormentos? Seriam frutos de nossa incapacidade de compreender o contexto em que estamos?

A impossibilidade de impormos nosso desejo ao universo causa tormento? 

Será que o tormento nasce da imposição do sagrado que nos diz que estamos errados?

Como o aumento da quantidade de luz na mente nos ajudaria no alívio das tormentas?

Há outra forma de crescer, uma forma que nos isente das tormentas de não saber e de não poder controlar integralmente?

Talvez a ideia de receber o criador soberano por completo convirja para a ideia de aceitar que há mistérios insolúveis no universo e que estes sempre trarão incertezas para as nossas existências...

Talvez sejamos ecos do sagrado impondo resistência à corrente amorosa. Mas também podemos ser resistências à reverberação do amor sagrado que existe em nós...

Pensando assim, a força que precisamos talvez não seja força de dobrar nosso desejo em favor de algo maior que não compreendemos, mas a força da resiliência adaptativa que segue buscando, mas de maneira flexível e resiliente...

Assim, a paz que tanto buscamos pode residir no abraço à nossa própria natureza. Seremos capazes de ouvir o convite do sagrado à nossa existência? Talvez nossas preces precisem incluir pausas atentas para escutarmos o que o sagrado nos diz...