Lembrei de um professor que tive no ensino fundamental, na época chamado de 1o grau! 

Ele nos ensinava lógica e, durante a avaliação das respostas, costumava exclamar em tom de brincadeira: 'Para que simplificar quando podemos complicar!'

Esta experiência me levou a perceber que tendemos para soluções complexas, mesmo quando poderíamos construir soluções simples. Posteriormente, com o amadurecimento, percebi que a simplicidade é um estágio posterior à resolução de problemas.

Primeiro resolvemos e depois simplificamos...

A elegância do que é simples é dificilmente atingida durante os estágios de elaboração da resposta. Nossos protótipos, de modo geral, são complexos, rudes, mal refinados e grosseiros. À medida que provamos a validade da solução, iniciamos o refinamento.

Daí, pensar na fé em coisas simples talvez signifique ressignificar o próprio entendimento de fé. 

Naturalmente aplicamos a fé naquilo que é difícil, e até mesmo naquilo que é visto como impossível, naquilo que precisa de elaboração, de aprendizado e de superação. 

Pensar em fé nas questões simples, talvez seja considerar que a fé não é apenas uma habilidade necessária à resolução de desafios, mas também na continuidade dos fluxos da vida, quando não há o que ser superado, mas que pode ser refinado, simplificado.

Fé em coisas simples talvez seja o refinamento de nossa relação com o sagrado, quando o reconhecemos para além dos enfrentamentos, das dores e das dificuldades.

Fico meditando se a fé nas coisas simples não seria o caminho de elaboração da gratidão...