SE ESTÁ COMPLICADO ACOLHER AO OUTRO NAS TEIAS DO SEU SENTIMENTO BOM E PURO , VERIFIQUE SE TEM DISPENSADO A SI PRÓPRIO SEMELHANTE ACOLHIDA, POIS , NINGUÉM CONSEGUIRÁ DISTRIBUIR AMOR A OUTRO SE NÃO TIVER O ANTÍDOTO APLICADO EM SI MESMO
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MUITA PAZ
Esta mensagem é valiosa por oferecer várias possibilidades de mergulho em nós mesmos! Comecei pensando que se não consigo oferecer algo a alguém é porque existe o desejo de fazê-lo e este, por si só, já seria um bom ponto de reflexão.
O que desejamos oferecer ao outro?
Será que realmente desejamos oferecer algo ao outro?
Qual é o nível de prioridade em nossa vida para a realização desta oferta? Estará em primeiro lugar? Estará após o atendimento básico de nossas necessidades? Estará após o atendimento completo de nossas necessidades? Será uma necessidade básica para nós?
É claro que não pretendo estabelecer uma escala de prioridades nesta reflexão e nem mesmo dizer se devemos ou não oferecer algo ao outro. Mas penso que esta reflexão pode nos ajudar a identificar como nos posicionamos no mundo em relação a nós mesmos e ao outro.
Tenho visto muitas pessoas buscando oferecer o melhor ao outro como forma de fuga de suas próprias necessidades e prioridades.
Muita gente busca oferecer ao outro algo que o capture para que sejam estabelecidas relações de troca e de dependência em vários níveis, inclusive nos níveis da emoção.
Acho que todos os movimentos são válidos mas acho importante estarmos cientes dos motivos que nos mobilizam a emoção, o sentimento, o pensamento e a ação. Só assim poderemos realizar movimentos mais proveitosos na direção de construção de nosso próprio bem-estar.
Esta reflexão é também muito importante porque nos ajuda a perceber um dos motivos pelos quais temos dificuldade de oferecer sentimentos bons e puros ao outro.
A falta ou escassez deste tipo de sentimento em nós mesmos e para conosco nos impede de agirmos também na oferta dele para o outro. Será que realmente trazemos em nós sentimentos bons e puros para conosco mesmos?
Outro dia ouvi um ditado popular que me veio à mente enquanto escrevo.
"Quando a esmola é grande o santo desconfia"
Muitas vezes nos sentimos tão indignos de viver determinadas experiências e contextos que ficamos desconfiados!
Simplesmente não acreditamos na possibilidade de estarmos realmente na faixa em que podemos acessar determinadas experiências, alívios, benesses e ajudas.
Talvez não nos sintamos dignos de sermos amados, merecedores do crédito do outro.
Como oferecer crédito e amor ao outro se nós mesmos não conseguimos receber tais recursos?
Talvez esta mensagem seja um importante alerta para percebermos que as dificuldades que vivemos em oferecer o que há de puro e bom ao outro pode estar relacionada com a nossa própria dificuldade de receber e honrar o que há de puro e bom no mundo e no outro e que é dirigido a nós.
Minha vida tem sido uma verdadeira cruzada a favor de mim mesmo para conseguir enxergar que todos nós temos direito a acessar estes sentimentos puros e bons. Todos nós, como criaturas de um mundo criado pela pureza e bondade essenciais temos direito de acessar e de promover tais sentimentos.
Com o passar do tempo aprendi que primeiramente preciso elaborar em mim esta carência, aprender a receber para então ser capaz de oferecer.
Isto não significa que eu não haja ou não priorize a ação em direção ao outro. Mas me despi da necessidade de oferecer o que não tenho. Pureza e bondade ainda não estão em mim e, portanto, eu ainda não sou capaz de oferecê-los a outros.
Se já posso receber espaço, acolhimento e compreensão; então isto é o que posso oferecer.
Se já posso receber instruções sobre um assunto; então é isto que posso oferecer.
Se já posso receber lenços e empatia em meus momentos de dor; então é isto que posso oferecer.
Enfim. Se já consigo reconhecer minha carência e abrir-me para ser suprido pelo mundo naquele sentido então já consigo reconhecer estas carências e fornecer apoio para aqueles que passam pelo mesmo tipo de carência.
Penso que seja necessário nos abrirmos para nós mesmos, para nossas sombras e para as ofertas de apoio que chegam através das relações para que possamos elaborar antídotos para nossas dores que nos habilitarão também à oferta para outros com males semelhantes.
Ouvir nossas dores, buscarmos medicamentos para elas, aceitar a ajuda dos que estão à nossa volta é o método que acredito que seja eficaz para curar nossas dores e também para nos capacitar a agir em função do outro.
Neste sentido, que possamos buscar primeiramente a construção em nós destes sentimentos puros e bondosos e que este trajeto seja repleto de descobertas, alívios, curas e crescimentos. Só assim teremos o que oferecer ao outro.
Esta mensagem é valiosa por oferecer várias possibilidades de mergulho em nós mesmos! Comecei pensando que se não consigo oferecer algo a alguém é porque existe o desejo de fazê-lo e este, por si só, já seria um bom ponto de reflexão.
O que desejamos oferecer ao outro?
Será que realmente desejamos oferecer algo ao outro?