somente a força da humildade é capaz de vencer toda e qualquer oposição contrária ao bem.
+251-114
muita paz
Tenho pensado muito nestes recordes polares que construímos para ver a vida.
Será que é possível limitar tudo a duas dimensões simples? Será que tudo pode ser resumido a uma narrativa do bem contra o mal?
Que consequências nascem em nossas práticas relacionais e culturais quando fazemos este tipo de redução?
Talvez uma consequência crítica seja esta percepção da existência de um conflito que deve ser vencido com um lado impondo-se ou sobrepondo-se sobre o outro.
Acredito na humildade como solução exatamente porque seu cultivo nos faz nos enxergarmos exatamente como somos e a atribuirmos o justo tamanho ao outro.
Mais conscientes de que todos somos seres humanos, portadores de direitos e de deveres; mas também criaturas singulares experimentando a vida a partir dos próprios conjuntos de crenças e valores através de experiências coletivas; tendemos a desconstruir esta visão dual da vida que passa a ser vista em várias dimensões com cores e matizes tão amplos que a existência passa a ser uma comprovação da complexidade do universo.
Hoje penso que o que chamamos de bem é um contexto vivencial de acolhimento e tolerância em que há respeito e espaço para voos experienciais diversos. Neste contexto vivenciamos nossas escolhas intensamente através da exposição às consequências de nossas escolhas e contamos com a experiência daqueles que já caminharam um pouco mais do que nós para nos orientar e provocar em nossas vivências de amadurecimento.
Desta forma, tudo o que vivemos hoje de forma polarizada está inscrito em um cenário de bem, embora ainda não estejamos plenamente conscientes do amor que nos envolve e tutela.
Assim, amadurecer a humildade talvez seja reconhecer a necessidade desta liberdade de ação que acontece junto com as instruções e consequências de nossas escolhas desenvolvendo o absoluto respeito pelas visões singulares de cada ser envolvido no processo ao mesmo tempo em que aprendemos a nos posicionarmos de maneira positiva, respeitosa e amorosa diante dos sistemas de crenças e valores diferentes dos nossos.
Ser humilde, a meu ver, não é fazer o bem vencer oposições contrárias e sim conseguir integrar-se harmoniosa e amorosamente a todas as expressões espirituais em curso, mesmo que aparentemente contraditórias.
Tenho pensado muito nestes recordes polares que construímos para ver a vida.
Será que é possível limitar tudo a duas dimensões simples? Será que tudo pode ser resumido a uma narrativa do bem contra o mal?
Que consequências nascem em nossas práticas relacionais e culturais quando fazemos este tipo de redução?
Talvez uma consequência crítica seja esta percepção da existência de um conflito que deve ser vencido com um lado impondo-se ou sobrepondo-se sobre o outro.