Se o motivo é bom, se vai fazer bem, se a intenção de fazer é boa e a honestidade respalda, a decisão de fazer se impõe.
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muita paz
Quantos espaços para a subjetividade, para as nossas escalas de valor e para a construção de nós mesmos com muita responsabilidade e autonomia!
Agir no mundo é um desafio natural que por vezes assume enormes proporções e aciona matrizes de auto-preservação que até então desconhecíamos.
Penso que estes momentos em que a indecisão se instala e vacilamos diante da necessidade de tomada de decisão são momentos ricos de auto-encontro, autoconhecimento e de crescimento individual.
Temos um motivo para agir, estamos motivados e somos capazes de mobilizar energia com propósito firme. Poderemos aprender coisas novas, desenvolver capacidades, ampliar entendimentos e colaborar com alguma construção em curso. É o sagrado nos empurrando para o progresso.
Cabe-nos iniciar uma avaliação sobre o assunto!
Que desdobramentos surgirão de minha ação? Que benefícios poderá gerar? Que malefícios poderá gerar? Que articulações serão necessárias para que aqueles que estão caminhando comigo se adaptem em resposta à minha ação? Existem recursos disponíveis para a adaptação coletiva? Que crenças e valores estarei provocando com minha ação? Que crenças e valores estarei reforçando com minha ação?
Mas talvez não seja possível avaliar apenas os aspectos externos ligados à minha possível ação!
Quais são as dimensões internas, as que estão ecoando em mim?
Muitas vezes estamos motivados por aspectos pessoais que contradizem a avaliação externa. Muitos de nossos atos podem promover benefício e se sincronizarem com os movimentos coletivos e ainda assim serem fachadas para o atendimento de interesses pessoais.
Talvez estejamos gerando benefícios mas com o objetivo de ganhos secundários eticamente questionáveis e que podem nos comprometer diante de nossas próprias consciências.
Vinganças, ressentimentos e desprezos pelo outro e pelos coletivos podem ser os reais motivadores para realizarmos ações que até podem contribuir com o mundo, mas que nos comprometem diante de nossas consciências.
Será que há um alinhamento entre necessidades coletivas, possibilidades coletivas de acolhimento da ação, benefícios externos, intensões internas e possibilidades individuais de realização?
Penso que no caso de resposta positiva aos questionamentos propostos, a ação está respaldada pela honestidade, pela fraternidade e pela solidariedade.
Mesmo neste caso, não tenho certeza se podemos falar da necessidade da ação de fazer. Talvez nossas consciências nos imponham a necessidade do fazer. Talvez nos sintamos constrangidos a fazer.
Mas penso que a ideia de sobrepor um sistema maior que rege o universo com o nosso sistema falho de avaliação a partir de nossos conhecimentos, crenças e valores me parece um pouco assustadora e arrogante.
Talvez não sejamos capazes de ver aspectos importantes do cenário e até mesmo de nossa constituição interna.
Talvez a necessidade de fazer, que aparentemente se impõe, seja apenas uma tendência possível que mobilizará nossos potenciais, que gerará oportunidades de desenvolvimento individual e coletivo.
Talvez seja uma escolha ruim que trará prejuízos e que nos cobrará responsabilidades sobre questões que não fomos capazes de avaliar adequadamente.
Acredito que toda decisão seja um experimento, uma decisão arriscada, que nos leva mais próximo de nós mesmos, de nossos potenciais e de nossa felicidade. Decisão que exige a coragem da fé em nós mesmos e em um sistema maior, mais sábio e inacessível à nossa pequena capacidade racional.
Digo isso porque muitas vezes sentiremos a necessidade de agir e nos perceberemos incapazes de racionalizar e avaliar os cenários aqui propostos em tempo hábil. Nestes momentos contaremos com uma voz interna que é o reflexo de nós mesmos e do sagrado em nós que nos revela a necessidade de abrirmos mão do controle e agirmos.
Quantos espaços para a subjetividade, para as nossas escalas de valor e para a construção de nós mesmos com muita responsabilidade e autonomia!
Agir no mundo é um desafio natural que por vezes assume enormes proporções e aciona matrizes de auto-preservação que até então desconhecíamos.
Penso que estes momentos em que a indecisão se instala e vacilamos diante da necessidade de tomada de decisão são momentos ricos de auto-encontro, autoconhecimento e de crescimento individual.