É imatura e ingênua criatura que pensa que nunca tem nada a aprender com a experiência humana
+329-036
muita paz
Acho que a ingenuidade é uma característica necessária da imaturidade. Ela nasce do desconhecimento, da falta de visão ampla...
De alguma forma todos nós somos ingênuos e imaturos em relação a alguém.
Mas acho que estes dois adjetivos, imaturo e ingênuo, cabem quando alguém mais amadurecido estabelece uma comparação entre si mesmo e alguém menos amadurecido.
Muitas vezes avaliaremos a postura do outro diante do mundo e, embora não concordemos, somos capazes de compreendê-la. Talvez até consigamos mapear processos de crescimento para que o outro supere seus desafios e dilemas. Arrisco dizer que nestes casos nós somos mais maduros do que o sujeito observado e somos capazes de oferecer apoio para ele.
Outras vezes olhamos para as pessoas e temos dificuldade em compreender seus móveis, sentimentos, forma de ser, de pensar e de agir sobre o mundo. Eu arriscaria dizer que estas pessoas observadas são mais maduras do que nós em algum aspecto e que nos julgam como imaturos e ingênuos sob seus pontos de vista.
Acho que neste universo delimitado, reconhecer nossa imaturidade nos coloca no campo de possibilidades que nos conduzirão para o amadurecimento. Seremos capazes de identificar possíveis mestres e professores. Poderemos aprender e crescer.
Mas é preciso tomarmos cuidado e termos muita atenção ao processo de amadurecimento proposto a nós pelo outro. Este processo deve respeitar nossa singularidade e buscar nos oferecer capacidades que nos ajudem a crescer. Ele não deve ser um processo imposto que cause sofrimentos e que proponha a anulação de nossa identidade para promover a falsa afirmação da identidade do outro.
Ainda neste universo delimitado, penso muito sobre a responsabilidade que temos diante do outro que vemos como alguém imaturo em relação ao que sabemos. Temos a chance de interferir e ajudar, de interferir e atrapalhar e até mesmo de não interferir no processo de crescimento do outro.
Qual será nossa intensão ao ajudarmos o outro a amadurecer? Fazemos por amor ao próximo ou por amor ao nosso ego? Intentamos libertar o outro ou aprisioná-lo em uma rede montada para consolidar nossa autoridade e potência através da submissão do outro?
Nesta hora defendo a ideia de que vivemos em relação para contribuirmos mútua e positivamente no crescimento uns dos outros. Mas também entendo que deve existir profunda aceitação do outro em sua forma de ver o mundo.
Entendo ainda que neste exercício de apoio temos a chance valiosa de nos conhecermos e de nos aprimorarmos sob outros aspectos da vida que transcendem o objeto de apoio ao outro. Através da oferta de conhecimentos específicos ao outro podemos ampliar nossa capacidade amorosa e mapearmos nossas próprias deficiências enquanto nos construímos como seres.
Em outras palavras, ao mapearmos a imaturidade do outro, percebemos que podemos colaborar com o ele e que podemos fazê-lo respeitando sua visão de mundo enquanto crescemos como seres que somos. Não é nossa função provocar o amadurecimento do outro e nem avaliar a eficiência do processo alheio.
Talvez nossa principal preocupação deva ser com o nosso próprio movimento de amadurecimento.
Acho que a ingenuidade é uma característica necessária da imaturidade. Ela nasce do desconhecimento, da falta de visão ampla...
De alguma forma todos nós somos ingênuos e imaturos em relação a alguém.
Mas acho que estes dois adjetivos, imaturo e ingênuo, cabem quando alguém mais amadurecido estabelece uma comparação entre si mesmo e alguém menos amadurecido.