Dá-me mãos limpas, senhor, e um coração puro.
Arranca a vaidade e ensina-me amar.
+331-034
muita paz
Parece que sentimos um incômodo constante em nossas existências, como se soubéssemos de um ambiente mais feliz a que, por alguma razão, temos o acesso negado.
Constantemente desafiados, somos seres que carregam em si a dor como marca característica da existência e a frustração como sentimento geral por não podermos viver em contexto melhor que intuímos existir.
Tomando a dor e a frustração como forças impulsionadoras para a vida, começamos a significar e buscar sentido para nossas existências.
Sobreviver a qualquer custo, adaptar-se e superar são palavras de ordem, mas também fontes de grande frustração; apesar de tudo o que fazemos, somos sempre tomados pela finitude e pela inacessibilidade, embora mantenhamos um sentimento interno de que é possível continuar de alguma forma.
Inquietos e incomodados, seguimos pela vida nos sentindo aprisionados em um ambiente inóspito que aprendemos a desprezar e a julgar como algo impuro e sujo.
Com o passar do tempo talvez tenhamos associado nosso incômodo à ideia de que estamos sendo punidos por crimes cometidos contra uma lei maior e passamos a desejar a purificação de nossos corações como caminho de libertação, de acesso a mundos ditosos onde as dores não existem.
Instalamos em nossas práticas existenciais o desejo para sermos limpos e puros; merecedores de uma graça maior, a graça de viver em um mundo sem dores.
Observando o mundo e os sentimentos íntimos, nós mapeamos sentimentos, posturas e comportamentos que talvez estejam relacionados com nosso aprisionamento e lutamos para transformá-los em tempo hábil.
Parece que sentimos a necessidade de nos relacionarmos de forma solidária e fraterna com tudo o que existe.
Neste contexto, talvez o reconhecimento do fato de que estamos todos interconectados e que a extinção das dores depende de nossa capacidade de perceber a dor do outro tornou-se um imperativo moderno para acessar a felicidade tão almejada.
Lutando para reconhecer o outro e a nós mesmos, talvez estejamos começando a reconhecer a necessidade de investirmos menos em nós para que possamos investir mais nas relações de qualidade, caminho razoável para a extinção das dores.
Por fim, parece que concluímos que não somos capazes de extinguir nossas próprias dores. Talvez o único caminho possível de alívio seja contribuirmos com a extinção da dor do outro enquanto abrirmos caminhos relacionais para que o outro contribua com a extinção de nossas dores.
Desta forma, que nossa capacidade de amar possa se expandir cada vez mais e o nosso amor esteja cada vez mais presente nas relações que estabelecemos com o mundo.
Parece que sentimos um incômodo constante em nossas existências, como se soubéssemos de um ambiente mais feliz a que, por alguma razão, temos o acesso negado.
Constantemente desafiados, somos seres que carregam em si a dor como marca característica da existência e a frustração como sentimento geral por não podermos viver em contexto melhor que intuímos existir.
Tomando a dor e a frustração como forças impulsionadoras para a vida, começamos a significar e buscar sentido para nossas existências.