Controla a tua ansiedade.
Não corras: caminha.
Não te aflijas pelo dia de amanhã
Que, para ti, o relógio não seja uma obsessão.
Disciplina, disciplina e disciplina o tempo todo.
+081-284
muita paz
Controle, ansiedade e disciplina!
Uma combinação, a meu ver, muito difícil de equilibrar.
Nosso modelo atual para pensarmos disciplina me sugere o estabelecimento claro de propósitos, de objetivos e de metas que devem ser conduzidos com rigidez. Sem flexibilidade.
Desde que entrei em contato pela primeira vez com o uso tríplice da ferramenta disciplina, e com a ausência de outras ferramentas, confesso que senti certo desconforto.
Talvez meu desconforto venha de meu passado, quando aprendi que o estabelecimento de disciplina pressupõe motivação, algo que não pode ser importado pelas pessoas. Penso que a motivação precisa crescer dentro de nós, a partir de nossa essência, de nossas crenças, de nossos desejos e necessidades.
Com a base estabelecida, projetamos nosso futuro desejado, de onde nascem nossos propósitos.
Mas, como não é difícil de perceber, vivemos tempos em que parece existir considerável quantidade de seres humanos vivendo o presente sem conceber o futuro. Pessoas que talvez só consigam conceber o presente imediatamente vivido.
Sem concepção de futuro, talvez não haja um propósito.
Sem propósito, talvez não exista motivação e, consequentemente, os objetivos e as metas inexistem ou são muito fracos para estabelecer uma motivação.
Antes de pensarmos em estabelecer a disciplina, talvez tenhamos que nos desenharmos como singularidades.
Mas tal desenho carece de autoconhecimento, autoamor, autoperdão e autoaceitação. Em outras palavras, precisamos reconhecer nossas próprias capacidades e defeitos com humildade, considerando nossas fragilidades e impossibilidades.
A partir daí, talvez possamos fazer toda a jornada até a definição de nossos objetivos e metas e tentar persegui-los com disciplina.
Mas esbarraremos em nossos desconhecimentos, em nossas inabilidades. Ou seja, esbarraremos na impossibilidade de controle absoluto das condições presentes que garantam o futuro conforme planejado.
Provavelmente nossos objetivos e metas comporão uma carta de intenção que deve ser revista com frequência e adaptada conforme nossos aprendizados e descobertas.
Talvez ser disciplinado, mas sem flexibilidade, crie contextos duros em que nos apegaremos aos contratos que criamos e assinamos. Sem revisões e ajustes, insistiremos em caminhos que não nos servem e que talvez até nos gerem dores.
Tomados pela necessidade de atingir nosso propósito através dos objetivos e metas em uma caminhada rígida e definida sem possibilidade de replanejamento; diante da impossibilidade de controle da realidade, ficaremos ansiosos.
Repetindo a necessidade de disciplina sem sabermos quem somos, ficaremos angustiados e ansiosos.
Tomados pelos repetidos fracassos e necessidades de adaptação, ficaremos ansiosos.
Por tudo isso acredito que antes da disciplina nasce o autoconhecimento e a aceitação de nós mesmos. Assim seguimos conscientes na necessidade de correções de rota, e a necessidade de controle é naturalmente substituída pela resiliência adaptativa.
Caminhando com suavidade e persistência, como aprendizes em uma jornada definida de forma imprecisa, mas consciente, talvez sejamos menos ansiosos, uma vez que a aplicação da disciplina estará em um contexto generoso do aprendiz aberto ao aprendizado.
E assim acabamos chegando à origem da palavra disciplina, que tem relação com ideias de aprendizagem, de abertura, de persistência e de flexibilidade.
Segundo o site Origem da palavra (https://origemdapalavra.com.br/?s=disciplina)
Ela veio do Latim disciplina, “instrução, conhecimento, matéria a ser ensinada”. E esta deriva de discipulus, “aluno, aquele que aprende”, do verbo discere, “aprender”. Mais tarde ela assumiu o significado de “manutenção da ordem”.
Controle, ansiedade e disciplina!
Uma combinação, a meu ver, muito difícil de equilibrar.
Nosso modelo atual para pensarmos disciplina me sugere o estabelecimento claro de propósitos, de objetivos e de metas que devem ser conduzidos com rigidez. Sem flexibilidade.
Desde que entrei em contato pela primeira vez com o uso tríplice da ferramenta disciplina, e com a ausência de outras ferramentas, confesso que senti certo desconforto.