A insatisfação responde pela presença de muito males e sofrimentos no organismo social, gerando desequilíbrio que poderiam perfeitamente ser evitados.
+305-060
muita paz
É curioso pensar que tudo depende do ponto de vista.
Se considerarmos a biologia, a impermanência, a necessidade de adaptação para sobrevivência, as possibilidades de inovação e progresso, a existência de forças que exploram e que se servem dos mais frágeis; talvez possamos ver a insatisfação como força adaptativa necessária para a promoção de ajustes necessários ou possíveis no organismo social.
A vida biológica caracteriza-se por um confronto constante para debelar agentes potencialmente perigosos; a redução da resposta imune nos leva a adoecimentos graves e até mesmo à morte. Entretanto, o mesmo mecanismo de defesa, funcionando com exagero, pode levar a complicações autoimunes graves.
Penso que o desequilíbrio é necessário para nos levar à inovação e ao progresso, evitando a estagnação e a morte, embora não deva ocorrer com frequência muito grande.
Insatisfação, indignação e raiva são potências que nos indicam que há necessidades importantes não atendidas. São partes de um processo de melhoria, de busca por condições de sobrevivência e também de crescimento.
Neste contexto, vendo pessoas e grupos insatisfeitos, indignados, raivosos, talvez possamos nos questionar o motivo. Seremos nós a causa de tanto sofrimento e medo? Estaremos nos apossando daquilo que faz falta ao outro? Estaremos sequestrando dignidades a tal ponto de levar o outro a respostas violentas?
Talvez a manutenção de equilíbrio se dê ao garantirmos o acesso de recursos a todos, ao estabelecermos bases relacionais em que o outro não seja valorizado apenas pelo que tem, etc. Mas este seria um cenário utópico para nosso tecido social...
Penso que viveremos muitos conflitos na estrada que estamos seguindo e que, em resposta, precisaremos aprender a olhar para o outro, para suas necessidades. Diálogo, negociação e mediação talvez sejam a real solução para os desequilíbrios que poderão ser evitados no futuro, mas que talvez sejam inevitáveis hoje.
É curioso pensar que tudo depende do ponto de vista.
Se considerarmos a biologia, a impermanência, a necessidade de adaptação para sobrevivência, as possibilidades de inovação e progresso, a existência de forças que exploram e que se servem dos mais frágeis; talvez possamos ver a insatisfação como força adaptativa necessária para a promoção de ajustes necessários ou possíveis no organismo social.