*Precisamos conscientizar-nos de que somos seres humanos livres por natureza, mas também, responsáveis por nossos atos e pensamentos, pois recebemos por herança natural o livre arbítrio*.
_orai e vigiai_
*+040-326*
*muita paz*
Acredito que a discussão sobre o livre-arbítrio seja uma das mais intensas e inconclusivas que as ciências humanas mantém ativas na atualidade.
Embora algumas religiões e filosofias aceitem a ideia do livre-arbítrio, cada uma o faz de maneira própria, deixando assim o entendimento igualmente inconclusivo sobre o tema.
É fácil percebermos determinismos genéticos, fisiológicos, biológicos, culturais, geográficos, etários, sociais e psíquicos na humanidade, principalmente se considerarmos períodos mais longos que englobem todo o planeta.
Pessoalmente gosto da abordagem espírita, que nos fala da liberdade de escolha proporcional à nossa maturidade e sempre conectada à inevitabilidade das consequências provenientes destas escolhas.
Gosto de pensar que as únicas fatalidades a que estamos submetidos são a morte e as consequências de nossas escolhas, embora estas fatalidades mereçam atenção e ainda causem diversos estranhamentos diante das ocorrências da vida, uma vez que não se dão da mesma maneira para todos.
Mas, se a vida em sociedade faz parte da natureza humana, confesso que não tenho certeza sobre a nossa liberdade no momento do nascimento. Penso que os acordos sociais vigentes, as tecnologias e os sistemas de crenças e valores, operantes no momento do nascimento, sejam aspectos bastante críticos para avaliarmos o grau de liberdade do indivíduo, assim como são fortes influenciadores do destino do sujeito.
Nascer no Brasil, por exemplo, sendo ambos os pais negros e escravizados no ano de 1850, determinava muito claramente o destino do sujeito. Uma diferença de vinte ou trinta anos à frente já determinaria outro destino e grau de liberdade para o sujeito.
É claro que sempre existe o argumento de que somos livres no campo do pensamento, o que também acho complicado, uma vez que os sistemas de crenças e valores nos são impostos pelo simples fato de estarmos inseridos em uma sociedade. As respostas da cultura imporão modelos de pensamento, algumas vezes de forma violenta, exercendo grande controle sobre a manutenção da cultura e reduzindo a velocidade das mudanças de valores e crenças coletivos.
Há aqueles que argumentam sobre a liberdade refletindo a partir das reações que podemos esboçar diante dos fatos da vida. Talvez aí, segundo dizem, sejamos livres para escolher.
A responsabilidade determinada pelas escolhas traz uma camada interessante à discussão. Sempre poderemos escolher como quisermos e arcarmos com as consequências de nossas escolhas, o que, de alguma forma, faz um balanço positivo para considerarmos a liberdade. Entretanto, como pensado anteriormente, parece não existir uma regra geral para a determinação das responsabilidades.
Refletir individual e coletivamente sobre o tema, buscar ajustes em nossos modelos sociais, desenvolver conhecimentos e tecnologias para controlarmos os aspectos ambientais, genéticos e fisiológicos será sempre uma escolha para aqueles que não conseguem se perceber em um contexto de liberdade de escolha.
Garantidamente, o mais precioso de tudo isso seja que nossas escolhas trazem consequências, mesmo que atendendo a padrões não generalizáveis. Pensar sobre liberdade neste contexto pode significar pensar sobre as respostas que recebemos da natureza e sobre a nossa capacidade de enfrentá-las com coragem e determinação.
Acredito que a discussão sobre o livre-arbítrio seja uma das mais intensas e inconclusivas que as ciências humanas mantém ativas na atualidade.
Embora algumas religiões e filosofias aceitem a ideia do livre-arbítrio, cada uma o faz de maneira própria, deixando assim o entendimento igualmente inconclusivo sobre o tema.
É fácil percebermos determinismos genéticos, fisiológicos, biológicos, culturais, geográficos, etários, sociais e psíquicos na humanidade, principalmente se considerarmos períodos mais longos que englobem todo o planeta.