Necessitamos estabelecer no ambiente familiar um clima de respeito e liberdade, eliminando relações de superdependência, para que possamos ser nós mesmos e deixemos os outros serem eles mesmos, porém, sempre orando e caminhando de mãos dadas
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muita paz
Eu diria que podemos tentar estabelecer um clima familiar de respeito e liberdade, uma vez que esta implantação não depende apenas de nós.
Na base do respeito e da liberdade, as imposições reduzem-se consideravelmente e estabelecemos um clima de construção coletiva em que as escolhas e decisões são estabelecidos em comum acordo.
Aquele que depende talvez não queira sair de seu lugar infantil de carência para responsabilizar-se pela própria vida e pelas relações familiares.
Cada pessoa carrega suas marcas da construção de si que se expressam por padrões e posturas comportamentais específicas, nem sempre favoráveis à liberdade e ao respeito.
Inseguranças, medos, raivas, ódios e baixa autoestima são muitas vezes subestimados na construção de ambientes onde o respeito e a liberdade imperam. Aqueles que não assumiram o comando de seus próprios desejos, que são portadores de baixa autoestima e que dependem da decisão de outras pessoas talvez não consigam operar com liberdade, autonomia e responsabilidade.
Marcas emocionais de traumas vividos no passado podem estar recalcadas sob a forma de rebeldia e indiferença, dificultando o estabelecimento de um ambiente de respeito devido à necessidade do sujeito delimitar com clareza contundente o seu espaço.
Excessos de castrações, punições e reprimendas podem ter construído uma estrutura psíquica em que a insegurança seja característica marcante, o que dificultaria o posicionamento do outro em relação aos membros mais assertivos da família.
Reconhecer a importância da união, da solidariedade, da liberdade e do respeito no âmbito familiar é declarar que precisamos ter atenção aos processos de cicatrização de nossas próprias feridas, mas também reconhecer que este processo não acontece de maneira solitária, dependendo dos integrantes da comunidade em que estou inserido. Este reconhecimento, por consequência, também implica em dedicarmos atenção e apoio aos processos de cicatrização dos outros integrantes da comunidade e da própria comunidade de modo amplo.
Trabalhar sobre a compreensão das relações de dependência para ver as feridas ali existentes pode exigir apoio terapêutico externo, assim como muita disposição para ver as próprias feridas.
Curar ambientes comunitários como famílias exige comprometimento, dedicação, resiliência e paciência de todos os integrantes da comunidade. Há muito esforço envolvido e não há a certeza de que consigamos estabelecer um campo florido onde todos oram, caminham de mãos dadas, sejam respeitosos e tenham liberdade.
Acredito, entretanto, que os esforços individuais, coordenados por um desejo coletivo, podem favorecer processos de resgate e fortalecimento do sentido de individualidade dos integrantes, o que favoreceria a composição de uma comunidade onde o bem-estar e o respeito sejam dominantes.
Entretanto, existe o desafio de conscientização sobre a possibilidade de mais paz e bem-estar familiar para podermos pensar na construção de um desejo coletivo suficientemente forte para coordenar os investimentos individuais.
Eu diria que podemos tentar estabelecer um clima familiar de respeito e liberdade, uma vez que esta implantação não depende apenas de nós.
Na base do respeito e da liberdade, as imposições reduzem-se consideravelmente e estabelecemos um clima de construção coletiva em que as escolhas e decisões são estabelecidos em comum acordo.
Aquele que depende talvez não queira sair de seu lugar infantil de carência para responsabilizar-se pela própria vida e pelas relações familiares.