Viver é um desafio sublime, e realizá-lo com sabedoria é uma bem-aventurança que se encontra à disposição de todo aquele que se resolva decididamente por avançar, autosuperar-se e alcançar a comunhão com Deus.
+060-306
muita paz
Por vezes Tenho a impressão de que o avanço decidido, a tentativa de autossuperação e a necessidade de chegar a Deus são criadores de neblina que dificultam minha caminhada. Em alguns momentos eu sinto tudo isso como frutos do ego controlador, que deseja estabelecer um lugar totalmente controlado que seria capaz de estabelecer segurança e continuidade de algo conhecido.
Talvez a grande bem-aventurança more em um lugar desconhecido para o ego...
Mas eu acho melhor começar esta conversa por outro caminho! Deixa eu te contar como cheguei a esta reflexão...
Por algum motivo, hoje Acordei Inspirado, mas também meditativo sobre o encantamento de estar vivo. Abraçado por este grande mistério que é a própria vida!
Havia um brilho diferente no sol que iluminou meu caminho ao trabalho, as plantas me pareceram mais verdes, o céu mais intenso, as pessoas transbordavam histórias instigantes através de seus olhares...
Daí, durante minha autoaplicação do REIKI, quando meditava sobre os cinco princípios, um em especial fez eclodir uma expressão mental vigorosa e emocionante.
"Kyo dake wa, Kansha Shite: só por hoje, sou grato." me levou a expressar: É uma honra estar vivo neste lugar e momento, sendo capaz de interagir com o mundo, com as pessoas e comigo.
Emocionado, dei sequência à minha manhã de maneira intensa.
Quando cheguei no trabalho, continuando o despertar para meu dia, mergulhei neste convite à reflexão e me surpreendi com as ideias de sublimidade, vida e desafio; todos em uma mesma frase.
Deliciosa surpresa de viver o incômodo de ver as palavras "vida" e "desafio" orquestradas juntas.
O dicionário Oxford, através do Google me disseram que o verbo desafiar significa:
1. dirigir provocação, incitando (alguém) a duelo, combate ou guerra.
2. propor medir forças numa modalidade qualquer de luta, competição, etc.
Fiquei pensativo diante da definição...
Eu não tenho certeza se luto contra a morte ou se sinto a necessidade de lutar para viver!
A bela manhã de fevereiro, demarcada pela peculiaridade de só ocorrer a cada quatro anos, me dizia que viver deve ser muito mais do que lutar...
Talvez eu seja um idealista, mas gosto de pensar que viver é um presente sublime que nos é concedido por princípios e forças incompreensivelmente superiores a nós.
Ainda ontem escrevi sobre a ideia de Vida no meu dicionário afetivo, o projeto "Novas Abordagens":
Vida: processo sagrado, complexo, constante e infinito de tomada de consciência de si nas dimensões intrapessoal, interpessoal, espiritual e divina.
Para mim, viver é cultivar a vida, buscar a integração consciente e voluntária a um movimento natural que nos é imposto. Viver nos levaria a contextos de beleza e de felicidade por desafios, por convites ao aprendizado através da superação.
A sublimidade de viver talvez resida na percepção de que os desafios nascem em nossos processos de viver como possibilidades de aprendizados e de ampliações de consciência.
Acho que nossa meta espiritual é a realização a vida em atos incansáveis e consecutivos de viver. Reconheço, entretanto, que nem sempre conseguimos fazê-lo de forma consciente e voluntária.
Parece que há uma potência externa que estabelece uma inércia natural de construção de nossa amplitude consciencial e espiritual. Inércia que nos leva do inconsciente ao consciente, do involuntário ao voluntário, do desconhecimento ao conhecimento, da inação à ação. Força que nos leva a alinharmos nossas possibilidades de realização a um propósito claramente indefinido, mas instigante.
Movidos por esta potência, hoje desejamos realizar o viver de forma sábia, otimizando esforços, reduzindo dores e acelerando a caminhada para chegarmos ao paraíso ou para construí-lo.
Mas e se este paraíso não for um ponto de chegada? Se ele for o estado espiritual de como nos sentimos em nossa própria caminhada quando nos tornamos mais conscientes?
Talvez não precisemos resolver caminhar!
Viver pode ser um fluxo imposto, um processo de que não podemos fugir, e que nos coloca em integração com a grande potência motora de tudo, chamada de Deus por alguns de nós.
Celebrar a vida.
Abraçar as possibilidades.
Tornar-se consciente.
Ampliar entendimentos.
Aceitar o incompreensível.
Ser feliz.
Estes são alguns contextos que brotam em meu coração quando paro de "viver o desafio da vida" para "viver integrado à vida". Tudo tende a se torna sublime...
Hoje busco significado para o que atravessa o meu desejo, que me frustra e me impede de viver conforme idealizo, mas também reflito sobre minhas idealizações e desejos. Tenho tentado viver e celebrar a vida mesmo quando não sou capaz de racionalizar, raciocinar ou compreender.
A sabedoria tem nascido para mim neste contexto. Uma bem-aventurança que talvez não corresponda à descrita na citação, mas que também aponta para a felicidade através da comunhão.
Na valorização da aventura com erros e acertos, com atos conscientes e atos inconscientes, com decisões e imposições; tenho encontrado potência vital para viver de forma cada vez mais sublime, mesmo que meu ego nem sempre tenha o controle de tudo.
Por vezes Tenho a impressão de que o avanço decidido, a tentativa de autossuperação e a necessidade de chegar a Deus são criadores de neblina que dificultam minha caminhada. Em alguns momentos eu sinto tudo isso como frutos do ego controlador, que deseja estabelecer um lugar totalmente controlado que seria capaz de estabelecer segurança e continuidade de algo conhecido.
Talvez a grande bem-aventurança more em um lugar desconhecido para o ego...
Mas eu acho melhor começar esta conversa por outro caminho! Deixa eu te contar como cheguei a esta reflexão...