🎼forte eu sou, mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar🎼
+153-213
muita paz
Os fortes não choram?
Eles deveriam chorar?
Por que eles não choram?
Três perguntas que eclodiram em meu coração quando li o trecho escolhido da música Travessia.
Que idealizações fazemos para nossas vidas ao negarmos a nós mesmos o direito à humanidade, à emoção, à fragilidade? Por que será que tendemos a negar a vulnerabilidade como característica marcante de nossas existências?
Confesso que não vejo uma resposta simples para a questão. Entretanto, vejo diversos problemas nascentes ao assumirmos que pessoas fortes não choram.
Cresci vendo meu pai chorar. Era um homem sensível, que não tinha medo de manifestar suas emoções. Seus sentimentos eram visíveis nas expressões, nos gestos e nas atitudes. Sempre acreditei, e ainda acredito, que ele foi uma das pessoas mais fortes que conheci.
Homem sem grande instrução, mas autêntico em sua forma de ser e de viver a vida, não se deixava levar facilmente pelas opiniões que não eram as suas. Homem de convicção, estava sempre disposto a pagar o preço necessário para viver suas convicções.
Talvez por conta desta história de vida, eu tenha muita dificuldade em ver força nas pessoas que aparentam fortaleza enquanto se mostram impermeáveis ao mundo.
Na verdade, eu acredito que estas são as pessoas mais fracas e frágeis. Acreditando na fraqueza de suas crenças e valores, questionando suas próprias convicções, evitam contato com quaisquer dimensões humanas que possam transformá-las. Evitam o diálogo, confrontam opiniões alheias, evitam contato com o diferente e fazem grande esforço para se manterem enclausuradas em seus próprios castelos.
O choro revela nossa humanidade, a possibilidade de diálogo e a probabilidade de transformação. Ele anuncia a abertura para o convívio com o novo e com a diversidade.
Os fortes não choram?
Eles deveriam chorar?
Por que eles não choram?
Três perguntas que eclodiram em meu coração quando li o trecho escolhido da música Travessia.
Que idealizações fazemos para nossas vidas ao negarmos a nós mesmos o direito à humanidade, à emoção, à fragilidade? Por que será que tendemos a negar a vulnerabilidade como característica marcante de nossas existências?
Confesso que não vejo uma resposta simples para a questão. Entretanto, vejo diversos problemas nascentes ao assumirmos que pessoas fortes não choram.