Perdoar é compreender que todos somos, a um só tempo, ofendidos e ofensores.
Quem poderá , portanto, atirar a primeira pedra?.
+194-172
muita paz
E se não houver mais ofensa?
Acredito que ofensores e ofendidos existem porque não conseguimos ser suficientemente generosos para que o outro se veja no reflexo dele sobre nós.
Talvez a ideia de perdão surja como necessidade relacional de manter a paz porque nossos egos prevalecem e precisam se colocar sobre ou abaixo dos outros, conforme o grau de autoestima que carreguemos.
Atirar uma pedra talvez seja declarar a própria carência e a dificuldade de se ver claramente, o que nos leva a projetarmos no outro aquilo que repudiamos em nós.
Por outro lado, nos sentimos ofendidos porque, de alguma forma, concordamos com a projeção do outro que é jogada, por ele, sobre nós. Neste contexto, perdoar também é conciliar-se consigo, com as próprias sombras, abrindo campo para transformarmos a nós mesmos e para que o outro se veja melhor.
Talvez estejamos buscando transformar a nós mesmos, quando ofendemos. Incapazes de nos vermos como somos, pelo menos já reconhecemos o que não gostamos no campo externo ao nosso.
Acho que a dificuldade de exercitar o perdão nasce exatamente neste oceano difícil de navegar. Perdoar é aceitar o outro com tudo aquilo que repudiamos nele. Perdoar é, de alguma forma, nos aceitarmos com tudo o que repudiamos em nós...
Existirão ofensores e ofendidos enquanto não nos permitirmos ser quem realmente somos, despidos de idealizações de perfeição, seres em processo de autoaprimoramento através das relações.
E se não houver mais ofensa?
Acredito que ofensores e ofendidos existem porque não conseguimos ser suficientemente generosos para que o outro se veja no reflexo dele sobre nós.
Talvez a ideia de perdão surja como necessidade relacional de manter a paz porque nossos egos prevalecem e precisam se colocar sobre ou abaixo dos outros, conforme o grau de autoestima que carreguemos.
Atirar uma pedra talvez seja declarar a própria carência e a dificuldade de se ver claramente, o que nos leva a projetarmos no outro aquilo que repudiamos em nós.