Vivemos à espera do que há de vir, e assim perdemos a faculdade de gozar a bondade e a beleza que a vida nos oferece já hoje.
Vivemos no amanhã, sem atentarmos em que, a rigor, o amanhã não vem nunca, porque é adiado para o dia seguinte.
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muita paz
Parece difícil nos ancorarmos no presente, assistidos pelas incertezas, pela nossa fragilidade e pela certeza da necessidade de esforço constante que nos conduz por vários oceanos onde a dor, o cansaço e o erro fazem parte do processo e nos responsabilizarmos pelos desdobramentos de nossas ações, incluindo os erros, é uma obrigação essencial da vida.
Talvez acabemos buscando consolo e força no passado vivido e nas expectativas projetadas.
Enquanto adiarmos a execução, talvez não tenhamos que lidar com a responsabilidade de nosso processo...
Mas acabamos esquecendo que não fazer ou adiar algo também é uma ação que nos cobrará seu preço na economia da vida.
Estamos prontos para encerrar nossa jornada sem termos corrido o risco de concretizar nossos sonhos?
Gosto de pensar que a não realização nós já temos por certo e se sentimos a necessidade de experimentar um cenário diferente, temos que sair deste quadro certo e abraçarmos a incerteza.
Neste jogo dinâmico de presentes que se sucedem cunhando o passado e perseguindo o futuro, temos no presente o único momento em que é possível realizar alguma coisa.
Mas diante deste quadro concreto e comum de constantes adiamentos, fico pensando se realmente tememos os esforços necessários ou se estamos satisfeitos com o que estamos vivendo.
Talvez parte desta resistência esteja ligada à satisfação, mesmo que parcial, que gozamos em alguns aspectos da vida.
Talvez o principal móvel motivador de mudanças seja um grau elevado de insatisfação e de falta de perspectivas.
Não tenho certeza, mas me parece realmente que não mudamos porque, a pesar dos desejos, sonhos e expectativas, talvez estejamos contentes e satisfeitos com o que já conseguimos atingir.
Talvez faltem cores de conhecimento para nos ajudar a perceber possibilidades futuras com maior amplitude que possa nos ajudar a aumentar o grau de insatisfação a tal ponto que nos sintamos mobilizados a buscar a mudança de forma urgente.
Dizem que o conhecimento liberta. Pessoalmente acredito nesta ideia.
Parece difícil nos ancorarmos no presente, assistidos pelas incertezas, pela nossa fragilidade e pela certeza da necessidade de esforço constante que nos conduz por vários oceanos onde a dor, o cansaço e o erro fazem parte do processo e nos responsabilizarmos pelos desdobramentos de nossas ações, incluindo os erros, é uma obrigação essencial da vida.
Talvez acabemos buscando consolo e força no passado vivido e nas expectativas projetadas.
Enquanto adiarmos a execução, talvez não tenhamos que lidar com a responsabilidade de nosso processo...