senhor, ensina-me a contemplar e a acolher:
a estrela na escuridão.
a ternura na seriedade.
o tudo no nada.
o silêncio no barulho.
o belo no simples.
a misericórdia no olhar.
o perfume no perdão.
que assim seja
+261-104
muita paz
Todas as criações são dignas porque são exercícios autênticos de quem busca assumir seu lugar no mundo.
Mas nem sempre conseguimos nos felicitarmos e nem reconhecermos esta dignidade.
Talvez olhemos e supervalorizemos a construção do outro.
Talvez deixemos que o outro normatize as experiências coletivas usando suas próprias como referência, o que nos põe em uma posição de desvalorização e de inferioridade.
Talvez não consigamos perceber que a experiência que o outro apresenta é só uma parte de uma narrativa que, assim como a nossa, é repleta de dores e dificuldades que correm em paralelo com o que parece ser felicidade inabalável.
Talvez nosso ponto de vista só permita ver uma parte da narrativa, o que faz com que signifiquemos parcialmente nossa realidade.
Talvez estejamos comparando coisas diferentes como se fossem iguais e estivessem no mesmo momento, o que pode gerar distorções no que contemplamos.
Um belo pomar começa em terra nua onde o solo precisa ser preparado para receber mudas e sementes. A produção inicia-se muito antes da colheita e se compararmos plantações em estágios diferentes talvez nos entristeçamos porque ainda não estamos colhendo, mas nos esquecemos que há épocas específicas para plantar e para colher.
A estrela, a ternura, o tudo, o silêncio, o belo, a misericórdia e o perfume sempre estarão presentes na vida e poderão ser encontrados em todos os terrenos. Talvez estejam ainda em estágio de plantio que demandará tempo até a colheita. Talvez só sejam diferentes de nossa de nossas expectativas.
Contemplar a vida e abrir-se para acolhê-la como ela nos é apresentada talvez seja o primeiro passo para nos sentirmos contemplados, acolhidos e assistidos pela criação
Todas as criações são dignas porque são exercícios autênticos de quem busca assumir seu lugar no mundo.
Mas nem sempre conseguimos nos felicitarmos e nem reconhecermos esta dignidade.
Talvez olhemos e supervalorizemos a construção do outro.
Talvez deixemos que o outro normatize as experiências coletivas usando suas próprias como referência, o que nos põe em uma posição de desvalorização e de inferioridade.