159/2023 - Intentar, tentar, insistir, persistir e desistir

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159/2023 - Intentar, tentar, insistir, persistir e desistir
dia do ano
159
Intentar, tentar, insistir, persistir e desistir
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Não devemos forçar chaves com fechaduras erradas, pescar com linha de barbante, tomar sopa com palitinho…….muito menos insistir para que uma pessoa fique conosco quando ela não tem a miníma intenção de ficar
Ore por você, ore por ela e deixe-a ir.
+159-206
muita paz

reflexão

Fiquei pensando em um jogo de ideias intentar, tentar, insistir, persistir e desistir

Como saber se as fechaduras são erradas? Até fico pensando se as chaves é que não estariam erradas, uma vez que as fechaduras dão acesso a espaços e armazenamentos que desejamos ou precisamos acessar...

Mas, de qualquer forma, como saber se a combinação chave e fechadura estão corretas?

Muitas vezes o desejo surge em nós por vias que ainda desconhecemos clama por concretização. Ele torna-se uma necessidade e então precisamos intentar!

Imaginamos, projetamos, calculamos e prototipamos. Nos preparamos para realizar a melhor abordagem através de nosso universo.

Mas chega o momento em que nossos planos, projetos, projeções e protótipos já não são suficientes. Precisamos tentar.

Apesar de esperarmos êxito neste momento da tentativa, nem sempre seremos bem sucedidos. Arrisco dizer que nossa primeira tentativa é quase sempre um desastre constrangedor que demandará ajustes na estratégia inicial e até mesmo o desenvolvimento de novas habilidades e conhecimentos. É preciso insistir.

Realizamos revisões em nossa abordagem, projetamos novos protótipos, definimos novas abordagens e seguimos exercitando a persistência. 

Nos esforçamos sistematicamente por meio de sucessivos fracassos e ajustes porque precisamos abrir a fechadura, capturar o peixe ou beber a sopa.

Talvez improvisemos uma colher de palitinhos, desenvolvamos um cabo trançado com a linha de barbante tornando o equipamento mais resistentes. Talvez a chave só precise ser esmerilhada mais um pouco...

Seguimos persistindo porque sentimos uma necessidade que nos move. 

Aplicamos força, tempo e recursos para atendermos nossa necessidade. Desenvolvemos competências e conhecimentos; amadurecemos durante o processo.

O ponto-chave para a desistência reside no amadurecimento. Talvez percebamos que o valor que estamos pagando para atingir o intentado não é compatível. Viveremos o luto que será superado em algum ponto da jornada.

Nosso amadurecimento pode nos levar a outro ponto de entendimento sobre nossas necessidades. Aquilo que era necessário no passado talvez deixe de ser no presente. Viveremos a culpa e o remorso por termos desperdiçado tantos recursos por uma ilusão. Só o tempo nos levará a perceber que, graças à ilusão crescemos e amadurecemos a ponto de perceber a necessidade como ilusão. 

Talvez desistamos por nos acharmos inaptos, incapazes ou talvez por pensar que não merecemos. A desistência trará um árduo caminho através do qual exercitaremos desprendimento, autoamor e autoestima. Aprenderemos mais sobre nós mesmos graças à frustração vivida.

Visualizo outras possibilidades para a desistência, mas acredito que sejam variações das possibilidades abordadas até aqui.

Vencendo ou desistindo, teremos aprendido coisas novas sobre nós mesmos e sobre o mundo. Teremos validado conhecimentos, desenvolvido tecnologias e técnicas. Teremos amadurecido como seres em vários campos da existência.

É claro que no campo relacional, por não estarmos falando de um objeto, há a percepção, o entendimento e as necessidades do outro que fazem com que ele nos ofereça negativas.

Penso também que o outro pode estar equivocado em seu posicionamento e a nossa persistência pode lhe revelar a importância da relação. Neste caso não conseguiríamos abrir a porta, pescar o peixe ou beber a sopa como esperávamos, mas seremos surpreendidos por novos caminhos que a vida apresenta para chegarmos às nossas necessidades.

Talvez o grande desafio seja persistir de formas diferentes enquanto sentimos a necessidade da conquista, mas sempre reavaliando nossa necessidade primária para não desperdiçarmos recursos que poderiam ser empregados em outros voos.

Deixar ir prematuramente pode significar a desistência de nossos sonhos, a anulação de nós mesmos e a morte de nossa essência espiritual por um longo período.

Conciliar pulsões de morte e de vida é desafiador, mas acredito que seja um exercício que vale ser vivenciado com toda a intencionalidade que pudermos.

Não há como sabermos com certeza se o abismo entre nós e o outro é definitivo até que tenhamos esgotado todos os caminhos possíveis. Deixar ir cedo demais, na minha visão, é negar-se ao direito de acessar o que sentimos que precisamos.

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