*se um dia uma brisa leve e suave tocar seu rosto, não tenha medo, é apenas minha saudade que te beija em silêncio*.
*+306-059*
*muita paz*
Certa vez li em algum lugar que a lembrança me impede de citar, que saudade é o amor que fica depois da partida.
A definição se referia ao luto causado pelo óbito de pessoas amadas, mas eu carreguei em meu coração este pensamento de forma ampla.
Quando a expectativa que temos de partilha da convivência com algo ou alguém é frustrada, sentimos saudade. Dirigimos nosso amor para celebrar a ausência através dos momentos vividos no passado ou dos sonhos e projeções que construímos para o futuro, enquanto desfrutávamos da convivência.
Este sentimento, este lamento amoroso, é tão forte em nossa cultura que temos uma palavra para ele. Saudade.
Muitas línguas não possuem expressões análogas, talvez porque sintam a ausência e o amor pelo ausente de maneira diferente.
Daí fiquei pensando na importância que damos à presença do outro em nossas vidas, comecei a questionar a recomendação do pensamento proposto: de que o alvo da saudade não se assuste conosco.
Será que há uma expectativa pesarosa de que o outro possa seguir sua própria vida, sem saudades e lamentos em relação a nós?
Será que, além do amor nutrido pelo outro, existe também certa carência ou dependência por parte daquele que ama?
Talvez este aspecto possa ser forte o suficiente, a ponto de surpreender o outro com a presença energética do amante nos momentos que são dedicados à construção de si na ausência de outros ou de certos outros.
Este amor-saudade-carência-dependência pode constranger a pessoa amada de alguma forma?
Frequentemente vejo expressões relacionais de cuidado, de proteção, de amor e de saudade que podem estar revelando dependência emocional e a incapacidade do amante em praticar o autoamor.
Talvez pudéssemos pensar nesta ideia de que somos seres incompletos que buscam a completude no outro. Por que temos dificuldade para ficar em paz com nossa solitude?
Insegurança? O que tememos? O que esperamos que o outro seja em nossa vida?
Será que amamos ou dependemos de outro que nos ajude a firmar nossas identidades?
Gosto de pensar que o sopro de amores na direção daqueles por quem construí afeto é algo natural à vida. Brisas refrescantes e estimulantes que são incapazes de causar medo ou desconforto, e que levam o outro ao crescimento.
Tendo a sentir a brisa da saudade como um amor mesclado de carência que, ao chegar ao alvo, pode revelar nosso pedido para que o amado retorne, para desistir de sua jornada a fim de nos devolver a existência pacificada tirada de nós com a partida.
Nesta jornada de autoencontro e de construção de autoamor, defendo vigorosamente a importância de estudarmos nossos sentimentos, incluindo as causas, o direcionamento e as consequências que trazem para nossas vidas e para a vida daqueles com quem nos relacionamos.
Certa vez li em algum lugar que a lembrança me impede de citar, que saudade é o amor que fica depois da partida.
A definição se referia ao luto causado pelo óbito de pessoas amadas, mas eu carreguei em meu coração este pensamento de forma ampla.
Quando a expectativa que temos de partilha da convivência com algo ou alguém é frustrada, sentimos saudade. Dirigimos nosso amor para celebrar a ausência através dos momentos vividos no passado ou dos sonhos e projeções que construímos para o futuro, enquanto desfrutávamos da convivência.