121/2024 - Dimensões do amor vivido

Inquietação
Quanto você conseque sacrificar de si para viver através do outro?
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Acordei Inspirado 121/2024 - Dimensões do amor vivido
121/2024 - Dimensões do amor vivido
dia do ano
121
Dimensões do amor vivido
mensagem

Eu não fui embora porque eu deixei de te amar.
Eu fui embora porque quanto mais eu ficava, menos eu me amava.
+121-245
muita paz

reflexão

Esta perspectiva é muito interessante. Fiquei pensando sobre a codependência, um transtorno emocional de dependência de um indivíduo. Quando, o codependente não consegue se desvincular ou mesmo estabelecer um relacionamento saudável com uma determinada pessoa.

Através do estudo da codependência, descobri que há muitas pessoas, mesmo que não tenham o transtorno da codependência, que estão afetivamente desconectadas de si mesmas, significando-se através das relações com o outro.

Assumir o amor por si e construir autoestima elevada, em uma cultura como a nossa, é um grande desafio. 

Parece que somos educados desde cedo para aguardar a autorização do outro para sermos. A relação de comportamentos não aceitáveis na atualidade é gigantesca e bastante complexa, variando em relações específicas com o grupo social em que nos encontramos e sofrendo forte influência do tempo.

Cada geração em um grupo social estabelece seus códigos de conduta moral a partir do código da geração anterior ajustado aos anseios atuais, dando origem, muitas vezes, a conflitos geracionais, preconceitos, discriminações, invisibilizações e cancelamentos.

Grupos sociais regulam intensa e informalmente as possibilidades de intercâmbio entre si, geralmente estabelecendo fronteiras de tolerância não declaradas que, ao serem atravessadas, dão origem a diversos movimentos de julgamento e discriminação.

No âmbito relacional entre parceiros e familiares, não é muito diferente. A criança castra-se para agradar aos pais; cônjuges suprimem desejos e necessidades para conviver em paz; amigos suprimem falas e ideias para permanecerem bem-vistos, etc.

Muitas vezes temos admiração por nossos professores e ídolos. Mudamos nossa forma de ser para nos aproximarmos destes ícones em nossas vidas. Queremos ser o que a simbologia externa do outro representa para fazermos parte de algo maior.

Neste exercício de pertencimento, suprimimos partes de nossas individualidades. Mas esta supressão suspende o direito de sermos de forma integral, gerando sofrimentos psíquicos e traumas.

Reconhecer este padrão de comportamento de anulação e aprimorando nossa autoimagem através do autoconhecimento poderá nos ajudar a negociarmos melhor esta fronteira de pertencimento, que resulta na promoção de saúde psíquica.

Deveríamos nos perguntarmos com frequência

Qual é o preço que pago para viver este amor relacional de maneira próxima e intensa? Que partes de mim estou sacrificando para viver este desejo?

Quando a nossa resposta apresentar uma perda muito grande de nós mesmos, talvez seja importante reavaliarmos a validade de viver o amor que sentimos pelo outro de maneira tão próxima.

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