O Amor: Essência Inabalável e Mistério Humano
345/2024 - Amor: Essência e Mistério345 - 2024 (10/12/2024)MensagemDe tudo o que a vida tem a oferecer, o amor é a única coisa indispensável.
Assim sendo, ame sempre.
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muita pazReflexãoTalvez já amemos sempre. Neste caso, precisaríamos de mais atenção sobre as direções e intensidades com que dirigimos nosso amor em relação.
Defendo a ideia de que não podemos nos despir de algo que é constitutivo de nossa essência, não consigo me pensar sem amor, embora reconheça que o ato de amar tem sido uma expressão humana conturbada em vários contextos de nossa história.
O amor é, para mim, partícula elementar sagrada que nos constitui.
Fonte de tudo o que somos, o amor é matriz relacional pulsante e inextinguível que nos estimula a nos relacionarmos com tudo e todos, inclusive conosco mesmos.
Mas, como tudo que é essencial e constitutivo da origem, o amor é mistério que cativa nossa atenção e que está presente em todas as nossas expressões e silêncios. Talvez não consigamos compreender com clareza o amor, suposição reforçada pela própria imprecisão com que a humanidade elabora o conceito de amor.
Não temos certeza se amor é substância, emoção, sentimento ou instinto. Há quem diga que é possível não expressar amor de alguma forma e outros que afirmam que o amor é uma chama que pode se extinguir.
Olhando para o mundo de relações, colecionando histórias, poesias e inspirações, me dei conta de que nossa definição de amor é limitada, imprecisa e muitas vezes insuficiente para dar conta de algo que é muito maior.
Gosto do exemplo do ódio para explorar este terreno.
Se uma pessoa odeia outra, será falta de amor? Ou apenas a constatação de que o outro é uma ameaça real ao amor investido em outras direções?
Um soldado que odeia o inimigo poderia estar revelando seu amor profundo à pátria e o medo de que esta sofra com ação de estrangeiros.
Um ato de vingança pode ser o amor de alguém cujo destino se perdeu por um ato intempestivo da pessoa odiada.
Fazemos sacrifícios grandes quando o amor é muito grande. Sacrificamos nossos sonhos e nossas vidas pelos filhos amados, mas não dizemos que há falta de amor por nós mesmos.
Em uma escala de valores, a intensidade do amor colocado em uma relação pode ser tão grande que justifica sacrifício de outras relações.
Outra dimensão que vejo sobre a questão do amor faltante ou escasso é a nossa própria dificuldade de nos pensarmos como sujeitos. Talvez tenhamos nos limitado tanto na percepção e na definição de nós mesmos, que acabemos amando de formas que promovam adoecimentos, dores e dificuldades.
Uma pessoa que tenha desenvolvido parcialmente o entendimento sobre si mesma, que se veja apenas no campo profissional, pode acabar, por amor à profissão, criando escassez relacional na família e até mesmo nas dimensões de autocuidado.
Se observamos à nossa volta, facilmente percebemos entendimentos adoecidos aplicando amor e gerando dores, dificuldades e desafios. Neste sentido, talvez precisemos ampliar os conceitos que fazemos sobre nós mesmos, sobre a sociedade e sobre o mundo para que nossas relações sejam mais saudáveis e felizes.
Se o amor é indispensável, por outro lado, o ato de amar deve ser questionado e ampliado sistematicamente. Gerar consciência sobre quem somos, sobre as relações que nutrimos e sobre a própria definição de amor pode constituir um potente motor gerador de paz, harmonia, progresso e felicidade.
Por isso, concluo a reflexão dizendo que amemos sempre, mas busquemos compreender o que é o amor para que nosso amar seja cada vez mais integrativo e menos excludente.
Amando com propriedade, nos conectaremos conscientemente à criação e poderemos acessar o que é essencial enquanto descartamos o resto.