Fiquei pensando no que a via da humanidade pelo caminho da simplicidade exige de nós.

Ser humano, a meu ver, é viver em constante contradição, imerso em vulnerabilidade, incerteza e mistério. Como ser simples diante deste quadro? 

De súbito me dei conta de que a simplicidade pode ser uma expressão mutante, que representa o menos complexo em cada momento de nossa jornada. 

Viver o presente, honrar o passado, sonhar o futuro, considerar uma dimensão relacional da vida, considerar a impermanência de todas as expressões do universo, dar atenção ao que temos controle, aceitar o que não podemos controlar, acolher a diversidade e amar incondicionalmente talvez sejam expressões da simplicidade proposta no momento que vivemos.

Entretanto, temos nossas contradições, ignorâncias, apegos e inseguranças que se contrapõe ao simples, que pela enumeração anterior, é bastante complexo.

Quando ouço falar em outras regras, sou remetido à ideia de que precisamos realizar ensaios e experiências para gerar compreensão. Talvez seja necessário arriscar o aumento da complexidade se quisermos acessar a simplicidade.

Acredito que a compreensão da complexidade nos torna capazes de simplificar...

Lutar contra a necessidade de diálogo com outras formas de ler e interpretar a realidade talvez limite nossa forma de agir no mundo, isolando-nos do universo mutante que nos convida a todo tempo para novas aventuras.

O outro que confronta minha simplicidade com outras ideias e sistemas pode ser o direcionador de olhares que precisamos para gerar compreensão e simplicidade em nossas vidas.

Talvez ainda não existam modelos suficientemente simples à nossa volta, o que nos convida a cruzarmos modelos para gerar novos modelos mais simples e coletivamente aceitos, o que reduziria a necessidade de interfaces especializadas para a comunicação entre os modelos individuais.

A busca de um único modelo coletivo que não elimine a beleza dos entendimentos individuais pode ser a síntese da simplicidade que buscamos estabelecer.