Em uma sociedade competitiva, superficial, violenta, preconceituosa e pouco tolerante como a nossa, em que não há espaço para o erro, que frequentemente é visto como sintoma grave de inadequação, falarmos em uma combinação de humildade, aprendizagem e maturidade, talvez represente a afirmação de uma utopia ou de uma idealização de algo muito difícil de ser concretizado.

Como realista, parcialmente otimista e conectado a utopias, eu fico pensando na quantidade de coragem que uma pessoa precisa ter atualmente para admitir erros e correr riscos. Por isso penso muito no outro lado deste sistema de relações humanas.

Por que somos pouco tolerantes com o erro? Será esta uma construção histórica que precisa de revisão? 

No passado, e ainda hoje em alguns contextos, erros eram sinônimo de dor, de castigo, de punição, de exclusão e até mesmo de morte...

Mas, se existe a pessoa penalizada por seus erros, por certo também há aquela pessoa que julga e condena...

Estaremos abertos a criar e manter ambientes onde a aprendizagem é um foco importante nas relações? 

O que valorizamos mais? A punição, a correção, o aprendizado ou a superação?

Exigir coragem do elo fraco da corrente de relações humanas talvez seja injusto!

Acredito que, antes de valorizarmos humildade, inteligência e maturidade que levem aos erros, aprendizagens e correções; talvez precisemos olhar para tolerância, respeito e aceitação que levem a relações que valorizem plenamente a humanidade.

Se considerarmos que o outro também é um ser ignorante que vive em estado permanente e constante de aprendizagem, talvez criemos um ambiente humanizado em que os erros, aprendizados e correções aconteçam de maneira natural.