• Abandonar o futuro

    192/2024 - Abandonar o futuro
    192 - 2024 (10/07/2024)
    Mensagem

    *Viva o presente, agindo e servindo com fé e alegria, sem afligir-se pelo futuro porque , para viver amanhã, você precisará viver hoje*.
    _Habitue-se a sorrir_.
    *recorde que o desalento nunca auxiliou a ninguém*
    *+192-174*
    *muita paz*

    Reflexão

    Estive pensando sobre este hábito que vivemos com tanta intensidade na atualidade, mas que parece estar morrendo com a instantaneidade das comunicações e o imediatismo gerado pelo pensamento de consumo que nos estimula à urgência e ao desejo de resultados de curto prazo. 

    Talvez estejamos deixando de viver colados ao futuro e reencontrando o presente! 

    Viver o presente semeando expectativas de recompensa futura; nos esforçarmos no exercício de futurologia e na ansiedade de controlar todos os aspectos da vida para garantir resultados; considerar urgência em todas as ações de realização pessoal, mesmo tendo aumentado a expectativa de vida de maneira considerável nos últimos anos. Tudo isso tem causado o descolamento de nosso sentido de pertencimento à vida, já que o presente perde o brilho e este é a cede da identidade e do pertencimento.

    Mas há outros desdobramentos importantes nesta reflexão sobre o foco temporal. Certos da finitude de recursos e da possível escassez, talvez tenhamos nos deixado levar pelo ditado popular:

    "Em tempo de pouca farinha, meu pirão primeiro"

    Talvez tenhamos embarcado em uma lógica competitiva que visa resguardar nossa prioridade diante dos poucos recursos disponíveis.

    Entretanto, será que nos distraímos e não percebemos que hoje a ameaça de escassez talvez surja por esta urgência vivida com intensidade e pelos desperdícios diante da abundância que construímos nas últimas décadas?

    Agimos e servimos a que propósitos?

    Conseguimos responder a esta pergunta com facilidade?

    Hoje, diante de tantas tecnologias, facilidades e abundâncias; talvez precisemos, realmente, mudar o foco de atenção.

    Viver o presente com intensidade consciente e responsável, acreditando que as próximas gerações realizarão ainda mais do que foi realizado até este momento, me parece ser uma troca importante de paradigma.

    Confiar, partilhar, investir, agir coletivamente, considerar a possibilidade de acesso amplo aos recursos da humanidade pode se uma estratégia relacional inovadora que é capaz de desacelerar a ansiedade e as violências nascidas na competição, na escassez e no sentido de urgência.

    O sorriso vem do reconhecimento do que é vivido e do significado positivo que atribuímos a tudo.

    Hoje seremos capazes de viver o novo padrão mental que abraça a abundância e a certeza da prosperidade coletiva?

    Talvez nossos sorrisos só dependam desta mudança de paradigma existencial.