Eu diria que todos nós somos mistérios. 

Conseguimos jogar luzes sobre pequenas parcelas de nosso ser, tornando-nos conscientes sobre elas. Não é por acaso que falamos tanto na necessidade do autoconhecimento, que pode suprir uma parte deste desconhecimento de si.

Os fenômenos psíquicos estudados pela ciência nos sugerem até mesmo a impossibilidade de consciência plena. Acredito nesta impossibilidade também pelo entendimento sobre espiritualidade e pela relação do espírito com a matéria, que é, aparentemente, restritiva para o espírito.

Pesquisas modernas sobre a sede da mente e a possibilidade de que não estejamos circunscritos a nossos corpos são campos muito instigantes. Talvez uma parte de nossas expressões inconscientes esteja intimamente relacionada com as dimensões espirituais de nosso ser e simplesmente não possam ser expressas pela consciência.

Há quem diga que o entendimento atual da mente, com suas parcelas de consciência e inconsciência, apontaria para simulações comandadas por algo maior. A mente seria um programa especializado que os espíritos executam para desenvolver certos conhecimentos e habilidades. Pensando nesta linha, me pergunto se nosso ego e nossa consciência não seriam fruto de algo análogo a uma Inteligência Artificial operando em favor de uma entidade imaterial. 

Por tudo isso, penso que somos mistérios que carregam momentos de consciência parcial sobre o todo.