Uau! 

Eu diria que fui invadido por uma tempestade de estranhamentos...

A reflexão de hoje dialoga profundamente com muitos valores que carrego, alguns deles mal mapeados e carentes de atenção! 

Vamos ao mergulho em alguns deles.

Vontade de mudar, disposição para mudar e abertura à mudança são ideias parecidas, mas que estão dialogando em meu coração há bastante tempo.

Eu acredito que a vontade de mudar é característica das pessoas que já caminharam muito. Maduras diante das dinâmicas que a vida oferece e mais conscientes de si mesmas e das relações estabelecidas com o mundo, estas pessoas desejam ativamente a mudança.

A disposição para mudar nasce nos corações inseguros, insatisfeitos com as condições vividas. Imaturas e insatisfeitas, estas pessoas carregam a disposição interna para atravessar situações e buscar adaptações. A mudança talvez não seja vista como algo desejável, mas como um mal necessário.

A abertura à mudança talvez seja terreno para as mentes que estão satisfeitas com o que vivem. Confortáveis em suas vidas, não intentam realizar dispêndios energéticos intensos para sair do conforto, mas talvez estejam dispostas a realizar pequenos ajustes indolores para viver com mais conforto e facilidade do que vivem atualmente. Talvez entre estas pessoas estejam aquelas que sejam inseguras, que temem a incerteza e que construíram aparente tranquilidade diante da vida vivida.

Penso que, para habitar este campo de abertura à mudança, precisamos ter certo nível de ambição. Ver além, identificar possibilidades, desejar a aventura e tolerar certo grau de incerteza.

Para haver renovação mental capaz de gerar vontade, disposição ou abertura para mudança, talvez precisemos viver a ampliação do acesso a cenários de vida ou sofrer alguns desconfortos. 

Exemplificando a ideia de necessidade de ampliação de acessos, sem saber da existência das Índias, os europeus jamais desejariam especiarias. Sem o desejo de acesso fácil às especiarias, não teriam inventado a ideia de circunavegação e ainda estaríamos vivendo a ideia de uma Terra plana.

No exemplo, há pessoas que tiveram vontade de mudar, mas também há os que apenas tinham disposição para mudança e aqueles que traziam apenas abertura para tal. Os inovadores, por certo, foram confrontados pelos que desejavam manter tudo da forma como estava. Se estes tivessem prevalecido, á configuração da sociedade brasileira seria totalmente diferente.

Grandes transformações impostas pelo universo talvez nos arrastem a mudanças devido à necessidade de sobrevivência, mas não criariam mudanças voluntárias. Mudaríamos mesmo sem vontade, disposição ou abertura...

Talvez não tenhamos abertura para estabelecer hábitos sustentáveis de consumo, mas o impositivo das crises climáticas nos colocam nesta direção de consumo...

Acredito que poderia seguir falando sobre a ideia de coisas e energias boas e más, sobre a ação de um Deus na criação, sobre a ideia de prosperidade infinita e sobre a ideia de escassez de paz e de amor na vida. Mas a reflexão ficaria demasiadamente longa...

Quero acreditar que o universo trará outras oportunidades para pensar sobre estes incômodos.