129/2022

O que seria uma relação exitosa?

Gosto muito de pensar que o ato de amar é quando fazemos algum tipo de amor fluir de nós para outra pessoa através de uma relação sem que necessariamente haja uma contrapartida.

Ao movimentar o amor que somos capazes de mobilizar, naturalmente geramos a possibilidade de receber amor do universo. Mas penso que este amor que vem em resposta ao amor que enviamos poderá chegar até nós através de quaisquer relações em que nos mantenhamos abertos para receber.

Para mim o ato de amar não exige reciprocidade e se dá de maneira eficiente quando o emissor e o receptor forem capazes de reconhecer o tipo de amor manifestado.

Neste contexto, talvez uma relação exitosa seja aquela em que sejamos capazes de fazer chegar ao outro algum tipo de amor que ele seja capaz de reconhecer.

Talvez tenhamos criado uma expectativa sobre a necessidade de resposta do outro ao amor que lhe enviamos e neste raciocício, uma relação exitosa seria aquela em que se estabelece um diálogo de troca de amor através do qual damos e recebemos alguma expressão de amor.

Mas vejo desafios neste diálogo. Na realidade o próprio ato de amar é difícil pois tendemos a amar o outro segundo nossa concepção de amor, ignorando as expectativas do outro quanto à sua capacidade de perceber o amor. 

Em contrapartida temos dificuldade em perceber o amor enviado pelo outro porque esperamos que ele chegue em determinado ritmo e formato específicos, por vezes incompatível com a capacidade daquele que nos ama.

Amar carece, antes de qualquer coisa, da construção de uma canal de comunicação na relação amorosa. Precisamos compreender o outro e construir protocolos de comunicação para que possamos enviar o amor para o outro de maneira que seja perceptível a ele.

Também precisamos estar abertos e atentos aos protocolos estabelecidos para reconhecermos o amor enviado pelo parceiro de relação. Por vezes seguimos desatentos e esquecidos dos protocolos e nos perdemos na relação.

Confiar nas bençãos de Deus nesta reflexão talvez seja abrir mão da reciprocidade do amor enviado e mesmo assim continuarmos enviando amor.

Talvez signifique nos abrirmos para recebermos o amor do universo buscando reconhecê-lo no formato que chegar, mesmo que seja diferente daquele idealizado por nós.

Como o texto nos lembra, somos incapazes de sermos absolutos no que fazemos, sentimos e pensamos. Mas o absoluto existe e é a manifestação do criador sobre suas criaturas não-absolutas.

Não há como deixarmos de ser atendidos em nossas carências de amor. Talvez só tenhamos dificuldade em reconhecer o atendimento a elas.

O que seria uma relação exitosa?

Gosto muito de pensar que o ato de amar é quando fazemos algum tipo de amor fluir de nós para outra pessoa através de uma relação sem que necessariamente haja uma contrapartida.

Ao movimentar o amor que somos capazes de mobilizar, naturalmente geramos a possibilidade de receber amor do universo. Mas penso que este amor que vem em resposta ao amor que enviamos poderá chegar até nós através de quaisquer relações em que nos mantenhamos abertos para receber.