153/2022

Eu iria ainda mais longe neste convite à reflexão sobre harmonia de nossas vibrações. 

Quais são as sinfonias com as quais estamos buscando concordar ou discordar pela harmonia ou ausência dela?

Sempre que ouço a palavra harmonia me lembro que nos harmonizamos em relação a alguma coisa. 

Muitas vezes assinamos contratos em branco e notas promissórias sem percebemos a que estamos nos conectando. Muitas vezes falta-nos o propósito e o sentido de autonomia para trabalharmos na construção consciente de nós mesmos.

Lembro-me de um período em que comecei a meditar em uma instituição que fazia uso intensivo de mantras. 

As pessoas entoavam os mantras de maneira sonora e harmoniosa. Uma sala com 30 pessoas mantrando em coro! A vibração era incrivelmente energizante e pacificadora.

Mas também me lembro de um jogo em 1997 entre Flamengo e Grêmio no estádio do Maracanã. A torcida flamenguista entoava seus cânticos de maneira harmônica. A vibração era incrivelmente energizante e promotora de embates e conflitos.

Os hinos flamenguistas eram atrapalhados pelas vibrações harmônicas das torcidas do grêmio que igualmente trabalhavam de maneira harmônica convocando os jogadores ao confronto contra o time do Flamengo.

Do lado de fora do estádio ouvia-se apenas o conflito dos sons em total discordância eliminando a possibilidade de qualquer tipo de harmonia e fazendo-me desejar o silêncio.

Defendo a ideia de que viver com propósito é buscarmos nos harmonizar conosco e com aqueles que seguem na mesma sinfonia que nós. Este trabalho poderá gerar conflitos e confrontos com outras sinfonias e seremos convocados a pensar sobre a necessidade de calarmos nossas vozes, modificarmos nossa sinfonia ou confrontarmos a harmonia alheia.

Nesta fronteira construímos progresso, ampliamos conhecimentos e desenvolvemos a humanidade latente em nós.

Talvez os grandes desafios para além da harmonia que desejamos estabelecer sejam questionarmos se a natureza da sinfonia com a qual buscamos harmonia é válida e se devemos ou não combater os elementos desarmônicos que encontraremos no processo.

Talvez seja importante sermos agentes desarmônicos em determinadas sinfonias que precisam ser modificadas para caminharmos em direção a contextos mais humanos, justos e felizes.

Eu perguntaria sobre os propósitos a que me uno em meu processo de vida mas, fazendo coro com a citação; Que espécie de vibrações propagais agora?

Eu iria ainda mais longe neste convite à reflexão sobre harmonia de nossas vibrações. 

Quais são as sinfonias com as quais estamos buscando concordar ou discordar pela harmonia ou ausência dela?

Sempre que ouço a palavra harmonia me lembro que nos harmonizamos em relação a alguma coisa. 

Muitas vezes assinamos contratos em branco e notas promissórias sem percebemos a que estamos nos conectando. Muitas vezes falta-nos o propósito e o sentido de autonomia para trabalharmos na construção consciente de nós mesmos.