Anotemos as nossas necessidades morais, sem esperar que alguém no-las aponte, e lancemos-nos à obra restaurativa.
nunca estamos sozinhos ou desamparados
+257-108
muita paz
Será que conseguimos perceber nossas necessidades morais para anotá-las?
Talvez sigamos tão desnorteados e desconhecedores de nós mesmos que estejamos apenas sentindo um grande vazio interior que tentamos preencher sem sucesso efetivo a todo custo.
Talvez nossas dores crônicas, nossos conflitos, nossos atos violentos sejam sintomas de necessidades morais não atendidas.
Mas conseguiremos realmente olhar para a raiz, para o interior do buraco negro que habita em nós sem nos perdermos?
Talvez o apontamento de nossas necessidades por outras pessoas seja a ponte que necessitamos, a via importante em nosso processo de instaurativo de nós mesmos.
Preferi inclusive utilizar a ideia de uma obra instaurativa ao invés da ideia de uma obra restaurativa porque talvez estejamos equivocados ao pensarmos que há algo já instalado que se corrompeu e sobre o qual temos consciência e clareza de percepção suficientes para anotarmos algo.
Talvez seja vital e saudável pensarmos na necessidade de notar um processo em curso onde o amadurecimento espiritual é conequência natural.
Só anotamos aquilo que notamos.
Só notamos aquilo que conhecemos.
Só conhecemos o que instauramos.
Penso, entretanto, que só desejamos instaurar algo quando somos levados a perceber que o contexto vivido não é satisfatório e que há oportunidades de ampliação e de melhoria.
Esta percepção se dá no limite entre nós e o outro, quando somos afetados pelos apontamentos.
Talvez haja uma reflexão importante sobre a relação entre sabedoria e sensibilidade. Talvez, à medida que amadurecemos, os apontamentos possam ser menos contundentes, mais sutis.
Talvez estes apontamentos se tornem tão sutis que o próprio apontador não se dá conta deles. Mas acredito que todo o movimento de auto-aperfeiçoamento, de instauração de valores morais inicia-se na periferia, no limite entre nós e o outro.
Será que conseguimos perceber nossas necessidades morais para anotá-las?
Talvez sigamos tão desnorteados e desconhecedores de nós mesmos que estejamos apenas sentindo um grande vazio interior que tentamos preencher sem sucesso efetivo a todo custo.
Talvez nossas dores crônicas, nossos conflitos, nossos atos violentos sejam sintomas de necessidades morais não atendidas.
Mas conseguiremos realmente olhar para a raiz, para o interior do buraco negro que habita em nós sem nos perdermos?