A felicidade não é simplesmente a realização de todos os nossos desejos: é antes de tudo, a noção de que podemos nos satisfazer com nossas reais possibilidades
+019-346
muita paz
A ideia apresentada de que a felicidade surge na constatação de nossa capacidade de realização é bastante interessante.
Efetivamente nós não temos controle sobre as condições de realização que o mundo apresenta. É impossível controlar os pensamentos das outras pessoas e com muitas dificuldades e restrições controlamos falas e ações.
Conseguimos prever o tempo com relativa precisão a curto prazo mas nós nos perdemos quando tentamos expandir a janela preditiva para o futuro. De qualquer forma, nós não conseguimos grande controle sobre as condições do tempo e o que podemos fazer é organizar nossas rotinas e fazeres enquanto o tempo se apresenta contrariando ou confirmando as previsões feitas.
Desenvolvemos habilidades, construímos conhecimento e sabedoria enquanto vivemos, mas não controlamos as condições de realização e apesar disto ser um grande estímulo para ampliarmos ainda mais nossos conhecimentos e possibilidades, não há garantia de que as condições externas a nós serão favoráveis à concretização do que intentamos.
Se colocamos a felicidade fora de nós e definida a partir do encontro das situações favoráveis para a concretização de nossos planos em conformidade com nossas habilidades, capacidades e conhecimentos; corremos o risco de vivermos frequentemente frustrados. Talvez possamos olhar para as adversidades como estímulos à ampliação de nós mesmos para garantirmos nossa capacidade de realização em todos os ambientes possíveis, mesmo assim seguiremos sem controle sobre o ambiente.
Me parece sábio buscarmos definir a felicidade considerando nossas habilidades, capacidades e conhecimentos momentâneos. Mas acredito que devemos ainda definir esta felicidade considerando nossa capacidade de buscarmos mais habilidades e conhecimentos.
Talvez ainda possamos considerar como elementos de felicidade não apenas a nossa capacidade de realização e de busca de novas capacidades, mas também a integração ao mundo com toda a sua beleza e complexidade que é capaz de nos surpreender em vários momentos da vida.
Aceitar uma ordem maior que a nossa capacidade de execução e de conhecimento reconhecendo seu potencial e sua força sobre nós nos leva a esforços de aceitação de nossas incapacidades e de gratidão por tudo o que podemos viver.
Penso que, desta forma, temos um bom caminho de construção da felicidade.
A ideia apresentada de que a felicidade surge na constatação de nossa capacidade de realização é bastante interessante.
Efetivamente nós não temos controle sobre as condições de realização que o mundo apresenta. É impossível controlar os pensamentos das outras pessoas e com muitas dificuldades e restrições controlamos falas e ações.