060/2023 - Complexamente belo

Confesso que não tenho certeza se o abraço à complexidade, os eventos inesperados que nos surpreendem nos tirando da zona de acomodação e as ausências também não deveriam ser considerados como aspectos de beleza da existência.

Acho que são elementos que trazem incerteza e causam desconfortos. Talvez por isso tenhamos a tendência a querer evitá-los.

Quem gosta de realizar esforço adicional? Somos biologicamente treinados para seguir com baixo desgaste energético e, de certa forma, penso que isto afeta até mesmo nosso psiquismo.

Não há dúvidas de que a previsibilidade e a rotina contribuam com o controle sobre a vida e com a economia energética.

Não há dúvidas de que tudo o que é simples pode ser resolvido mais rapidamente, com menor chance de erro e maior previsibilidade de acerto. Mas quando entramos em rotina, tendemos a nos dispersar, a nos desconectar da vida. 

Levamos nossas mentes para outros lugares, estabelecemos ambientes criativos e logo queremos novidades. 

Será que esta dificuldade de viver a rotina e a simplicidade com presença não poderia ser visto como indicativo de que há beleza também na criação, na inovação e no dinamismo da vida, mesmo que nos demande mais esforços do que as situações simples e rotineiras?

Neste convite ao aprendizado sobre o equilíbrio eu incluiria a ampliação de nossos conceitos sobre o sagrado e as demandas que ele nos traz através dos sentidos.

Confesso que não tenho certeza se o abraço à complexidade, os eventos inesperados que nos surpreendem nos tirando da zona de acomodação e as ausências também não deveriam ser considerados como aspectos de beleza da existência.

Acho que são elementos que trazem incerteza e causam desconfortos. Talvez por isso tenhamos a tendência a querer evitá-los.

Quem gosta de realizar esforço adicional? Somos biologicamente treinados para seguir com baixo desgaste energético e, de certa forma, penso que isto afeta até mesmo nosso psiquismo.