É preciso que sejamos fortes e corajosos para romper com aquilo que julgávamos “nossa vida” e não é mais.
valentes para desvincularmos nosso caminho da armadilha, do saudosismo, da repetição de velhos hábitos, da crença de que ainda há o que buscar no tempo que já se esgotou.
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muita paz
Acredito que a força e a coragem nascem da vontade, do desejo em relação a alguma coisa. O que nos levará a desejar algo diferente do que temos vivido?
Talvez o reconhecimento de que podemos alcançar fruições de mais felicidade e bem-estar do que temos vivido; talvez a dor e o sofrimento que bate à nossa porta exaurindo nossas capacidades de responder à vida?
O grande desafio é que, como pensado há dois dias, sempre há perdas e ganhos nas experiências vivenciadas. Não é possível ganhar sob todos os pontos de vista e nenhuma perda é absoluta.
Será que é deste fato nasce a nossa falta de valentia? Será que o desejo por novas experiências ainda não é capaz de superar o desejo de fruição de outros contextos presentes e passados?
Que importância damos ao que temos hoje? Estamos sempre avaliando os investimentos energéticos que se expressarão sob a forma de vontade e de desejo, mas nem sempre esta avaliação nos leva a pensar em mudanças, às vezes ela nos fala da necessidade de ressentir e ressignificar acontecimentos passados.
Quando olho para estas dificuldades sob a ótica psicanalítica, tendo a pensar que talvez ainda existam aspectos do passado e do presente que precisem ser explorados antes que possamos seguir em frente. Esta medida é dada pelas crenças e valores individuais e será sempre uma medida subjetiva a ser respeitada.
Acredito que estamos amarrados a afetos e carências de significados que precisam de atenção, principalmente quando o passado nos traz pesadelos e dificuldades. Esta medida inconsciente nos engana muitas vezes e exige carinho e atenção de nossa parte. A coragem e a valentia, nestes casos, residirá na busca de compreensão e não na superação ou na mudança.
Racionalmente talvez não faça sentido seguir em determinados padrões, mas a razão é capacidade consciente e não é capaz de dar conta de toda a complexidade de nosso ser. Traumas e recalques moram em nosso inconsciente e geram respostas incompreensíveis para razão, mas humanamente válidas e necessárias, que valem a experiência.
Defendo a ideia de que enquanto existir o que buscar no tempo passado, este tempo não terá se esgotado.
Velhos hábitos, vícios e saudades sinalizam carências de ressignificação que atravessarão o tempo fazendo-se presentes enquanto não forem atendidas. É preciso ser forte e corajoso para admitir que o passado nos afetou e afeta muito mais profundamente do que nossa razão quer admitir.
Precisamos de coragem para jogar luzes e reviver o que precisa de novos significados.
É preciso muito amor e respeito por nós mesmos para abraçarmos e buscarmos compreensão consciente sobre o que somos e o que fomos.
O futuro racionalmente projetado só será uma projeção autêntica de nossas singularidades se nos conhecermos e nos significarmos. Caso contrário estaremos apenas seguindo a propostas impostas a nós; propostas que nos levarão a ações que intensificarão a carência de nós mesmos, e dificultarão a tomada de nossas vidas em nossas próprias mãos.
Acredito que a força e a coragem nascem da vontade, do desejo em relação a alguma coisa. O que nos levará a desejar algo diferente do que temos vivido?
Talvez o reconhecimento de que podemos alcançar fruições de mais felicidade e bem-estar do que temos vivido; talvez a dor e o sofrimento que bate à nossa porta exaurindo nossas capacidades de responder à vida?
O grande desafio é que, como pensado há dois dias, sempre há perdas e ganhos nas experiências vivenciadas. Não é possível ganhar sob todos os pontos de vista e nenhuma perda é absoluta.