🎼chega de saudade🎼
🎼a realidade é que🎼
🎼sem ela não há paz, não há beleza🎼
+308-067
muita paz
Somos seres relacionais, dependemos uns dos outros e, talvez por isso, construamos algumas relações vigorosas de reconhecimento da importância do outro em nossas vidas.
Desejamos ser reconhecidos, desejamos ser valorizados, desejamos ser cuidados, desejamos receber ajuda, ... Desejamos nos sentir amados.
Penso que a saudade aparece quando suspendemos a fruição de uma relação que supre mutuamente e com intensidade as nossas carências e necessidades. Cria-se um espaço vazio, onde falta aquilo que nos preenchia.
Sem dúvida deixamos de ver a beleza e perdemos a paz.
Mas como nos libertarmos desta saudade para voltarmos a reconhecer a beleza e sentirmos paz? Talvez não seja possível...
Outro caminho viável pode ser a busca pala beleza e pela paz apesar da saudade. Acredito que nossas vidas são complexas e repletas de possibilidades. A saudade criada em uma relação não pode ser o único determinante para delinear como percebemos o mundo.
Viver a perda, elaborá-la e aceitá-la são etapas de um processo de acomodação desta falta, de ressignificação dela através do contato com lembranças, mas também de reequilíbrio de valores e de prioridades. Este processo é chamado de processo de elaboração do luto por algumas pessoas.
Acredito que nunca deixamos de sentir saudades quando há o rompimento definitivo de uma relação. Não há substituição para um laço rompido. Mas podemos construir outros laços, achar outras formas de valorizar o amor perdido e até construir novos laços relacionais.
Acho que a saudade surge da ausência da convivência com aquilo que gostaríamos de ter por perto. Se desapegamos desta forma de relação, se aceitamos a impossibilidade, se construímos novas formas de dirigir nosso amor, torna-se mais fácil construir novas relações e nos abrimos para a complexidade da vida.
Existimos apesar do amor que sentimos, da carência que vivemos e das faltas que nos caracterizam.
Abrir uma nova página no livro da vida, ressignificar as expectativas e permitir que o amor se manifesta de maneiras diferentes dos lamentos de saudade, entretanto, exige nossa atenção ao que nos falta.
Defendo a ideia de que a saudade tem forte relação com as necessidades que deixaram de ser supridas. É claro que não é só isso, mas é também, ou principalmente, isso. Acho que a saudade dói mais quando concentramos nossa atenção no amor que recebíamos, no atendimento às nossas necessidades, no papel que o outro cumpria em nossas vidas. Se considerarmos esta ideia, talvez só precisemos aprender a colocar mais atenção no amor e no reconhecimento que entregamos na relação, assim, a falta assumiria um peso menor nesta relação e a saudade se tornaria mais suportável.
Talvez consigamos até voltar a ver as belezas que estão à volta e a sentir paz, apesar da ausência daquilo ou daquele que amamos.
Somos seres relacionais, dependemos uns dos outros e, talvez por isso, construamos algumas relações vigorosas de reconhecimento da importância do outro em nossas vidas.
Desejamos ser reconhecidos, desejamos ser valorizados, desejamos ser cuidados, desejamos receber ajuda, ... Desejamos nos sentir amados.
Penso que a saudade aparece quando suspendemos a fruição de uma relação que supre mutuamente e com intensidade as nossas carências e necessidades. Cria-se um espaço vazio, onde falta aquilo que nos preenchia.
Sem dúvida deixamos de ver a beleza e perdemos a paz.