Senhor, cuidar de quem sofre é uma virtude do ser humano que ouve a tua palavra e a põe em prática.
Dá-nos a graça de sermos centelha do teu amor compassivo e misericordioso.
que assim seja
+084-282
muita paz
Se, segundo William Shakespeare, "há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar", seria possível inferir sobre Deus, que está além do céu?
Acho que este é um gatilho para mim!
Atribuímos formas, falas e sentenças a uma entidade que nunca vimos e que se define em um campo inacessível aos nossos sentidos e às nossas capacidades humanas de cálculo e de criatividade.
Talvez esta entidade esteja definida, até mesmo, além de nossas capacidades cognitivas e intuitivas futuras...
Eu considero que o universo, dada a sua complexidade e aparente coesão, é uma expressão inteligente e, portanto, deve ter origem em uma potência inteligente. Entretanto, não me sinto confortável em atribuir falas, intenções, julgamentos e vontades a esta potência.
Pudemos inferir diversos entendimentos à vontade de Deus durante a história da humanidade; inferências que se baseiam em nossas limitadas capacidades humanas de estabelecer relação entre as ocorrências do universo, principalmente entre aquelas que nos afetam diretamente os sentidos.
A observação destas inferências limitadas, mesmo diante dos desafios de percepção e de entendimento, me levam a pensar que o universo estabelece, através de suas leis de funcionamento, uma conexão permanente e solidária entre tudo o que existe, existiu ou existirá.
Esta conexão solidária, ou relação, provocou o surgimento do conceito de interser entre os budistas: só somos quem somos porque o outro é quem é.
Não é possível ser sem considerarmos as relações com outras expressões do universo.
Pensamentos espiritualistas propõe a necessidade de estabelecermos condutas éticas nestas relações para atingirmos a felicidade plena, condutas de cuidado e de atenção que permitem pensar sobre um contexto harmonioso de geração de prosperidade e paz.
É por tudo isso que consigo pensar na relação estabelecida entre o cuidado com aqueles que sofrem e a associação à palavra de Deus. Nos pensamos como procuradores de Deus, executores de sua vontade e avaliamos a vontade de Deus como uma declaração de definição de relações solidárias de cuidado.
Queremos nos aproximar de Deus, da criação, da origem, da existência consciente, completa e plena, que é capaz de compreender e controlar tudo. Se formos bons procuradores desta potência, talvez sejamos infinitamente felizes.
Mas o mar, ao atirar-se sobre um rochedo levando-o ao desgaste, apesar ser uma ação destrutiva, também não estaria cumprindo a relação solidária a ele proposta?
As chamas sobre a floresta, o sol sobre o deserto, o vento inclemente nos árticos, a morte e o envelhecimento, entre outros fenômenos, não seriam ações do amor de Deus por tudo?
Acho que há muitos mistérios no universo, mas, sendo sempre centelhas do sagrado, portadores do amor; sempre seremos expressões do amor compassivo que acolhe, que cuida e que estimula.
Em minhas preces, rogo a possibilidade de ser expressão autêntica e singular, capaz de compreender e de operar livremente sobre o universo e de ser afetado por ele em igual proporção. Por hora isto tem me bastado...
Se, segundo William Shakespeare, "há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar", seria possível inferir sobre Deus, que está além do céu?
Acho que este é um gatilho para mim!
Atribuímos formas, falas e sentenças a uma entidade que nunca vimos e que se define em um campo inacessível aos nossos sentidos e às nossas capacidades humanas de cálculo e de criatividade.
Talvez esta entidade esteja definida, até mesmo, além de nossas capacidades cognitivas e intuitivas futuras...