Cada próximo passo da sua vida vai exigir um novo você.
E algumas vezes precisamos ser quebrados para nos tornamos uma nova versão de nós mesmos.
+099-267
muita paz
Senti o pensamento de hoje com enorme dureza. No meu coração é sou mais ou menos assim:
Sou obsoleto e frágil, algo a ser descartado e substituído na vida, mesmo que eu imponha resistência.
É claro que consigo compreender a proposição de autoconhecimento, de perspectivas futuras e da necessidade constante de transformação. Penso que esta mensagem, dado o contexto cultural que vivemos hoje, é a mensagem naturalmente ecoada em alguns corações.
Entretanto, tenho feito um grande esforço para estar no tempo presente, relativamente livre das ansiedades de futuro e das culpas do passado.
Concordo com o dr Augusto Cury, psiquiatra brasileiro, que nos diz que o único tempo possível de realizar algo é o presente, mas diz também que quando nos ocupamos do passado ele vira presente, assim como ocorre com o futuro. Passado e futuro não são reeditáveis e são sempre vividos no presente, mas podem consumir o momento com culpas e ansiedades paralisantes.
Eu decidi viver o hoje, concentrar-se no que está ao nosso alcance, mesmo que seja pequeno em relação ao nosso desejo. Este tem sido o meu esforço! Como ansioso crônico, eu estou sempre sofrendo no presente, tentando controlar as ocorrências da vida para forçar o universo a entregar o que desejo, mas, como já falei em algum episódio recente, não temos o poder de impor que o Universo nos entregue o que queremos.
O grau de controle sobre a vida que temos se resume à definição de minhas respostas àquilo que o universo me oferece e, por isso, olho com muito cuidado afirmações como as da reflexão de hoje.
É verdade que precisamos ser verdadeiros camaleões mutantes diante da vida, que insiste em nos dizer que há necessidade de mudanças. Mas também é verdade que não há clareza sobre o próximo passo que precisa ser dado, principalmente porque o futuro é incerto e porque não temos controle sobre o universo.
Desta forma, preciso me reinventar a cada passo, mas não sei quem é este novo eu que preciso me tornar.
O passado vivido e os desejos, processados com nossas capacidades analíticas e projetivas, me oferecem pistas de possíveis caminhos e das escolhas que talvez me levem ao meu desejo, mas não me tornam detentor das ocorrências do universo, o que significa dizer que análises e projeções possuem uma margem de erro considerável.
Neste contexto, acredito em constância e em continuidade. Pequenas mudanças frequentes nos levam a verdadeiras revoluções de quem somos, aliadas à flexibilidade diante dos fluxos da vida, pode evitar a dor intensa de ser quebrado, ou seja, podemos evitar as grandes revoluções instantâneas se nos mantivermos em constante movimento de reavaliação de nossas análises e projeções para realizarmos ajustes em nossas escolhas e planos de jornada.
Gosto de pensar que somos no presente o melhor protótipo de nossos sonhos em construção. Estruturas sólidas, baseadas em nosso passado e inspiradas no desejo, mas suficientemente resistentes para garantir nossa existência como seres. Tenho certeza que este protótipo dará lugar a outros em tempos futuros, mas prefiro me ocupar com o uso destes protótipos atuais.
Assim, sem resistir às pequenas mudanças, mas acolhendo-as em consonância com minhas escolhas, à medida de minha capacidade projetiva sugere, torno-me senhor de meu projeto de ser. Protegido assim, sem resistir às pequenas mudanças, mas acolhendo-as em consonância com minhas escolhas, à medida de minha capacidade projetiva sugere, torno-me senhor de meu projeto de ser. Protegido por esta flexibilidade, evito a quebra instigada por ações externas e sigo em processo de transformação contínua.
Ativo no presente, sinto o chão sob meus pés, celebro o ar que respiro e hidrato minhas memórias com aprendizados e desafios. A semente do futuro que está plantada em meu coração, cresce um pouco todos os dias sem que eu sinta intensamente o presente virar passado.
Senti o pensamento de hoje com enorme dureza. No meu coração é sou mais ou menos assim:
Sou obsoleto e frágil, algo a ser descartado e substituído na vida, mesmo que eu imponha resistência.
É claro que consigo compreender a proposição de autoconhecimento, de perspectivas futuras e da necessidade constante de transformação. Penso que esta mensagem, dado o contexto cultural que vivemos hoje, é a mensagem naturalmente ecoada em alguns corações.