107/2024 - AMOR ou amores?

Inquietação
Diante do ser amado, você já se sentiu incapaz de reagir? Isto pode ser mais comum do que imagina...
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Acordei Inspirado 102/2024 - Vento oportuno
107/2024 - AMOR ou amores?
dia do ano
107
AMOR ou amores?
mensagem

Amor tipo “tanto faz” não se move, não se desacomoda, não deseja nem busca respostas.
Amor tipo “tanto faz” é indiferente, morno, monossilábico.
+107-259
muita paz

reflexão

Fiquei confuso sobre o significado do "tanto faz" em meu coração. 

A princípio pensei na falta de conexão do amante com o objeto amado, talvez certa indiferença. Mas senti que não deve ser apenas isso!

Reconheci em mim o que poderiam ser expressões de amor "tanto faz"!

Este tipo de amor pode ser uma declaração de que o amante está disposto a acolher a atitude do ser amado de maneira incondicional, sem reservas ou desgastes emocionais e psíquicos.

Pensei ainda que esta aceitação incondicional pode ser a falta de amor do amante a si, o que pode sugerir uma desconexão com o próprio desejo de quem ama.

Perplexo diante da complexidade do "tanto faz", percebi que, defrontados com algo muito maior do que conseguimos assimilar, podemos ter dificuldade de expressarmos o amor que sentimos. O que é visto como indiferente, morno e monossilábico por um observador pode ser, na realidade, a incapacidade do amante em lidar com a complexidade ou com a grandiosidade do fenômeno que é amar.

Me dei conta de que eu acredito que, congelados no tempo e no espaço, amantes podem seguir sem capacidade de reação diante do objeto amado; o que, entre outras possibilidades, pode causar um "tanto faz" que choca quem observa, mas não sente.

Diante desta perplexidade, talvez o primeiro movimento deva ser do ser amado, que, se fazendo menor para causar menos perplexidade, permitiria ao amante algum nível de reação, alguma desacomodação.

Confrontado pelo que é grandioso, que é muito maior do que nós, faltam perspectivas para ponderar conscientemente desejos e necessidades. Nos sentimos anulados, carentes e amedrontados. 

Acho que foi isto que me ocorreu no início da reflexão. Diante do meu amor "tanto faz", confrontado pela grandiosidade do que amo, não consegui achar caminhos conscientes para elaborar uma expressão.

Certa angústia me abateu! O medo de não ser suficiente, de não ser capaz, de não estar à altura do objeto amado congelou minha capacidade de expressão.

Mas, como sou persistente, abracei o "tanto faz" para me habilitar a caminhar novamente. Acolhido por minha dimensão consciente, fria e monossilábica, me permiti o distanciamento para olhar sob outra perspectiva, eu tinha a esperança de conseguir ressignificar o que sentia e, pelo menos, conseguir elaborar perguntas.

Quanto à busca das respostas, a paciência e o tempo ainda serão necessários. Sigo na torcida para que o objeto amado corresponda a veneração que nutro no peito sem capacidade de expressão; talvez assim ele possa se fazer mais acessível às minhas capacidades conscientes e cognitivas...

Ao observador, entretanto, declaro que hoje seguiremos em cena sem pirotecnia. Tons pastéis e amenos, calmarias e acomodações serão predominantes por mais algum tempo. 
 

reflexão

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