Assim como o sol precisa que as janelas estejam abertas para poder iluminar e aquecer um lar, o amor requer condições para que possa estar presente e se manifestar.
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muita paz
Fiquei pensando nesta metáfora do sol.
Curiosamente fazemos casas de janelas pequenas que permanecem fechadas por muito tempo. Será que queremos realmente que o sol entre? Ou preferimos tentar estabelecer controles sobre a incidência do sol no interior de nossas casas?
Janelas largas e grandes paredes envidraçadas são dispendiosos em comparação às alternativas usadas e nem sempre temos liberdade criativa para construirmos nossas casas, que são obras de uma vida que talvez envolvam mais de uma geração.
Acabamos acompanhando modismos, nos sujeitando às plantas pré-aprovadas que proporcionam economia de escala e estabelecem a estética de um período de construções.
Janelas abertas iluminam casas, mas proporcionam o desgaste dos materiais pela incidência da luz e permitem a entrada de insetos, poeira, chuva e umidade.
Lugares quentes exigem sombras e cortinas especialmente projetados.
Analogamente, penso que o amor é bom, assim como o sol, mas parece que desejamos amores especializados e em doses idealizadas. Queremos estar no controle.
Talvez o amor precise de expressões características em doses específicas.
O amor de mãe é necessário, mas não pode impedir o desabrochar do filho.
O amor entre parceiros é importante, mas, quando exagerado, pode criar insegurança, medo e ciúmes.
As condições que o amor requer para apresentar-se e manifestar-se talvez estejam ligadas aos nossos ideais de humanidade e às práticas relacionais de nossa época, assim como a estética das construções economicamente viáveis de um período de construção.
O sol e o amor nascem para todos. Estaremos, entretanto, atentos ao papel que desempenhem em nossas vidas?
Mais profundamente, estaremos abertos às surpresas que o sol e o amor trazem para nossas vidas?
Como respondemos aos eclipses, aos dias nublados e aos dias ultra-quentes de verão?
Estamos prontos para receber as expressões inesperadas de amor em nossas vidas?
Nossa prontidão, desejo e intencionalidade podem, em muitas ocasiões, nos privar de novas construções de vida!
Talvez seja interessante viver algum tempo onde o sol nunca se põe por seis meses, mas que concede noites intermináveis por igual período.
Estaremos abertos a viver amores inesperados e imprevisíveis?
Seremos capazes de viver grandes períodos sem expressões de amor no formato a que estamos acostumados?
Que estejamos sempre atentos ao que esperamos do sol e do amor, mas que tenhamos abertura para acolher o novo, o imprevisível e o surpreendente em matéria de sol e de amor.
Fiquei pensando nesta metáfora do sol.
Curiosamente fazemos casas de janelas pequenas que permanecem fechadas por muito tempo. Será que queremos realmente que o sol entre? Ou preferimos tentar estabelecer controles sobre a incidência do sol no interior de nossas casas?
Janelas largas e grandes paredes envidraçadas são dispendiosos em comparação às alternativas usadas e nem sempre temos liberdade criativa para construirmos nossas casas, que são obras de uma vida que talvez envolvam mais de uma geração.