Deus, pai de bondade, encha-me de sabedoria para que eu consiga perdoar aqueles que eu amo, assim como a mim mesmo(a).
Quero poder agir com mais compreensão com as pessoas ao meu redor e não carregar nenhuma mágoa em meu ser.
Que eu não guarde rancor e possa perdoar de coração todos aqueles ao meu redor.
Que assim seja.
+175-191
muita paz
Falar em perdão é lançar enormes desafios ao nosso ego!
Tomados pela importância que atribuímos a nós mesmos, definimos direitos, exigimos respeitos e reconhecimentos externos.
Mas o que acontece quando somos confrontados naquilo que julgamos nos pertencer? Penso que aqui nascem as ideias de ofender-se, de magoar-se e de sentir-se desrespeitado.
Somos todos iguais perante a lei, pelo menos no que diz respeito aos brasileiros, embora não tenhamos a mesma consideração pelos não brasileiros. Entretanto, na prática, agimos conforme nossos afetos, sem deixar de considerar nossas projeções e expectativas.
Como sujeitos, individualidades singulares, atribuímos valores que nos diferenciam dos, a pesar da lei, e que nos colocam em posições de privilégio incontestável.
Quando temos muitos sujeitos reunidos em ambiente de recursos limitados, facilmente vemos nascer polos de conflitos sobre a forma de partilha destes.
Seja dinheiro, água, poder, saúde, alimentação, dinheiro, reconhecimento, afeto ou tempo; agimos em sociedade tentando estabelecer regras de distribuição não igualitária destes recursos que representem as escalas acordadas a partir da ação dos mais fortes.
Até mesmo o ambientes democráticos atendem esta premissa ao definirem o atendimento da maioria e exigindo que minorias formem coletivos para obter representatividade.
Mas esta negociação não se faz em ambiente isento de discordâncias. Aqui nascem os conflitos sociais, as partilhas não equitativas, as revoltas, as revoluções e até mesmo as guerras; para citar alguns macro-exemplos de relações que podem se beneficiar pelo exercício do perdão.
Mas o que é perdoar?
Hoje penso que o ato de perdoar se caracteriza por uma concessão dada pelo ego para que o outro seguir em frente sendo quem é sem ser cobrado do ônus da compensação por atravessamentos causados, por direitos desrespeitados.
Só precisa ser perdoado quem ofende, ou melhor, só precisa receber o perdão aquele que atravessou a expectativa de alguém que se sentiu ofendido pelo atravessamento.
Pedir perdão é reconhecer o atravessamento cometido e o direito do outro a uma retratação.
Perdoar é libertar-se da prisão que é a cobrança de uma compensação por algo ocorrido que despertou nossa atenção de maneira pesarosa.
Por tudo isso, atualmente aciono o criador na expectativa de achar espaços de aceitação do outro como é, sujeito imperfeito, batalhador e merecedor de oportunidades de crescimento, assim como eu.
Luto para aceitar e ser aceito. Trabalho intensamente para lapidar meu ego, deixando-o no tamanho necessário para me resguardar como sujeito, sem que isto roube o acesso do outro à sua individualidade.
Falar em perdão é lançar enormes desafios ao nosso ego!
Tomados pela importância que atribuímos a nós mesmos, definimos direitos, exigimos respeitos e reconhecimentos externos.
Mas o que acontece quando somos confrontados naquilo que julgamos nos pertencer? Penso que aqui nascem as ideias de ofender-se, de magoar-se e de sentir-se desrespeitado.