Quando nos tornamos “caçadores de momentos”, tudo acaba sendo, útil e sublime, porque temos o privilégio de que, o que estamos vivendo agora não se repetirá nunca mais.
+053-312
muita paz
A maneira como nossas subjetividades afloram declarando que fomos afetados por algo é um movimento instigante e incrível!
Ao ler a citação fui plenamente capaz de compreender a proposta do pensamento. A importância de vivermos o presente com toda a sua potência singular.
Mas a ideia de caçar algo me despertou outra possibilidade de reflexão!
Como esta potência singular ganha valor em minha vida?
Há no meu coração uma relação direta entre a ideia de caça e a de consumo. De certa forma, é como se, ao caçar, nós tomássemos algo que já está pronto e usufruíssemos com a maior intensidade possível. Acho inclusive que esta ideia de urgência na fruição surge quando pensamos na escassez natural da ocorrência de algo único, singularidade e breve.
Neste sentido de urgência diante do presente que se apresenta, será que conseguimos perceber o sentido divino do que se apresenta em nossa vida? Será que conseguimos dar o devido valor a esta ocorrência, que foi elaborada através da convergência de milhares de forças por tempos inimagináveis?
Talvez haja mais singularidade no processo de construção do momento do que no momento propriamente dito e arrisquemos perder esta beleza ao nos atermos apenas ao presente.
Um fóton, partícula elementar da luz, nasce no centro de nosso Sol, transita por centenas de milhares de anos para se libertar das forças de coesão da estrela, viaja pelo sistema solar em fração de hora e nos atinge gerando um momento belo, único e singular que dura um milionésimo de segundo!
Se nos ativermos apenas a caçar este instante em que fomos atingidos pelo fóton que viveu muito mais do que toda a história da humanidade no planeta, estaremos conseguindo ver o sublime encontro com o sagrado?
Não há como negar a utilidade deste encontro para a nossa história singular. Mas talvez a visão utilitarista do mundo nos prive da visão divina do mundo.
Ao vivermos apenas o presente, talvez corramos o risco de não considerar todo o processo que antecedeu o momento e talvez tenhamos dificuldade de significar o valor da vivência para a constituição de nosso legado.
Desconectados do fluxo processual da vida, atrelados ao instante vivido, nos perdemos de nós mesmos, de nossa história e de nossos sonhos.
Defendo que devemos viver o presente, o passado e o futuro buscando equilibrar estas forças para que nosso diálogo com a vida tenha significado abrangente com contornos de espiritualidade. Só assim conseguiremos reconhecer o sagrado em nós e celebrarmos com gratidão cada momento que atravessamos.
Por tudo isso, embora sejamos caçadores coletores, talvez devamos nos capacitar para sermos construtores transformadores de realidades que vivem o processo da vida.
Comprometidos com o presente, mas com vistas aos legados que deixamos para quem nos recebe como viajantes do tempo, escrevemos a história do universo.
A maneira como nossas subjetividades afloram declarando que fomos afetados por algo é um movimento instigante e incrível!
Ao ler a citação fui plenamente capaz de compreender a proposta do pensamento. A importância de vivermos o presente com toda a sua potência singular.
Mas a ideia de caçar algo me despertou outra possibilidade de reflexão!
Como esta potência singular ganha valor em minha vida?